DIREITOS HUMANOS / BUSCA POR RESPOSTAS
Campanha nacional coleta DNA de familiares de pessoas desaparecidas em todo o país
Ação segue até 15 de agosto e conta com 334 pontos de coleta em todos os estados; material genético ajuda a localizar pessoas vivas ou identificar restos mortais
06/08/2025
07:45
AGÊNCIA BRASIL
REDAÇÃO
Campanha nacional reforça luta de famílias por respostas sobre desaparecimentos — Foto: Isaac Amorim/MJSP
A angústia que acompanha os familiares de pessoas desaparecidas ganhou um reforço na busca por respostas com o lançamento da 3ª Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A ação teve início nesta terça-feira (5) e segue até o dia 15 de agosto, com pontos de coleta espalhados por 334 locais nas 27 unidades da federação.
Entre os presentes na cerimônia de lançamento, em Brasília, estava Vera Lúcia Ranu, mãe de Fabiana Renata, desaparecida desde 1992, aos 13 anos de idade. Representante do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas, Vera reforçou a importância da campanha.
“Quando começou essa nova jornada, do cadastro nacional e do banco de DNA, levantou uma esperança muito grande de encontrar, principalmente, os que estão desaparecidos há muito mais tempo”, afirmou.
A campanha convida familiares de primeiro grau de pessoas desaparecidas a doarem material biológico, como saliva ou sangue, para inclusão no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Também podem ser entregues itens de uso pessoal do desaparecido, como escovas de dente ou dentes de leite.
Para doar, é necessário apresentar documento de identidade, boletim de ocorrência do desaparecimento (com número, local de registro e delegacia) e assinar um termo de consentimento.
Segundo o MJSP, a coleta é simples e gratuita, realizada por peritos criminais. O DNA é utilizado exclusivamente para fins de identificação de desaparecidos, conforme garantido pela legislação.
As informações genéticas coletadas são cruzadas com dados de restos mortais não identificados e também com pessoas vivas, internadas em hospitais, casas de acolhimento ou em situação de vulnerabilidade, cuja identidade ainda não foi determinada.
“A segurança continua trabalhando. Às vezes, quatro, cinco anos depois, temos uma resposta. Pode não ser a que a família gostaria, mas é uma resposta que encerra uma espera”, explica Isabel Seixas de Figueiredo, diretora do Sistema Único de Segurança Pública do MJSP.
Na segunda edição da campanha, em 2024, foram coletadas 1.645 amostras genéticas, resultando na identificação de 35 pessoas desaparecidas. As histórias de nove dessas famílias foram reunidas na publicação digital “Transformando Números em Histórias”, também lançada nesta terça.
O caso de Glaucia Lira, de Brasília, foi um dos apresentados. Ela perdeu o filho em 2013 e, apenas em 2025, após a campanha, recebeu a confirmação de seu falecimento por meio da identificação dos restos mortais.
“Gostaria que tivesse terminado tudo diferente. Mas hoje sei onde ele está e o que aconteceu. Esse trabalho precisa ser valorizado”, declarou.
A coleta é realizada durante todo o ano nos Institutos de Criminalística das Polícias Civis de todos os estados e do Distrito Federal. Durante a campanha, há mobilização especial para intensificar a divulgação e ampliar o atendimento.
“Enquanto não resolvido, o desaparecimento é uma ferida aberta. É uma interrogação que precisa ser respondida”, enfatizou o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo.
Período da campanha: 5 a 15 de agosto de 2025
Pontos de coleta: 334 locais em todo o Brasil
Locais de atendimento: Institutos de Criminalística estaduais e DF
Documentos necessários: RG ou CNH, boletim de ocorrência e termo de consentimento
Mais informações: www.gov.br/mjsp
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