SAÚDE / INCLUSÃO
Equoterapia em Mato Grosso do Sul integra saúde e reabilitação para pessoas com deficiência
Parceria entre a Secretaria de Saúde e Polícia Militar oferece atendimento gratuito com foco no desenvolvimento físico, emocional e social
22/10/2025
08:00
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Crianças em tratamento no Centro de Equoterapia da PMMS desenvolvem habilidades motoras, emocionais e sociais com apoio da equipe multidisciplinar @André Lima
A equoterapia tem se consolidado como uma importante ferramenta de inclusão e reabilitação em Mato Grosso do Sul. Por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Polícia Militar (PMMS), o programa oferece atendimento gratuito e acompanhamento especializado a crianças com deficiências físicas, intelectuais e transtornos do desenvolvimento. Localizado no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o Centro de Equoterapia da PMMS atende atualmente cerca de 200 praticantes.
O convênio, firmado no início de 2024, destinou R$ 1,13 milhão para custear profissionais de diversas áreas, garantindo um atendimento clínico e terapêutico com base em metodologia interdisciplinar. A equipe é formada por fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, profissionais de educação física e enfermagem.
Segundo Juliana Medeiros, gerente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da SES, o projeto representa um avanço expressivo na política pública de saúde. “A equoterapia amplia a autonomia, fortalece a integração social e melhora a qualidade de vida das pessoas com deficiência. É uma prática terapêutica que une técnica, sensibilidade e compromisso com a dignidade humana.”
O coordenador do programa, Capitão Lorensetti, explica que o movimento tridimensional do cavalo é essencial para os resultados terapêuticos. “Ele estimula equilíbrio, coordenação, postura e concentração. Trabalha o corpo e a mente ao mesmo tempo, despertando vínculos afetivos e ganhos cognitivos importantes.”
A psicóloga e pedagoga Lilian Martins reforça o papel do cavalo como mediador natural de estímulos. “Durante 30
minutos de sessão, o praticante realiza cerca de nove mil ajustes musculares. Isso fortalece o tônus, melhora o controle postural e estimula funções neurológicas que dificilmente seriam ativadas em terapias convencionais.”
Cada atendimento é planejado de forma individual, considerando os objetivos terapêuticos e o perfil do praticante. “Se o foco é reduzir agitação, trabalhamos com ritmos mais lentos. Tudo é pensado para que o processo terapêutico também promova afetividade, autoconfiança e vínculo social”, explica Lilian.
Casos como o de Ana Vitória Silva, de 20 anos, reforçam o impacto positivo da terapia. Diagnosticada com paralisia cerebral, ela participa do projeto há 14 anos. Mesmo morando em Chapadão do Sul, sua mãe, Rosaine Aparecida da Silva, viaja semanalmente até a capital para as sessões. “A evolução dela é impressionante. Ela se sente livre, feliz, e desenvolveu muito em todos os aspectos”, conta.
Outro exemplo é o de Davi, de 8 anos, diagnosticado com autismo nível 3, epilepsia e TDAH. Há dois anos e meio no programa, já apresenta avanços expressivos. “Ele recuperou a fala, melhorou a coordenação e a confiança. Hoje participa até das Paralimpíadas internas do projeto”, relata a mãe, Daniele Barilli.
Davi durante a sessão de equoterapia.
Fundado em setembro de 2002, o Centro de Equoterapia da PMMS é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos e referência no Estado. A meta é ampliar o atendimento para 300 crianças até 2026. Além de ganhos motores, o programa promove melhorias na socialização, autoestima e no bem-estar emocional dos praticantes.
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