Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

MEIO AMBIENTE

Brasil descarta 3,44 milhões de toneladas de plástico nos oceanos todos os anos em alerta global sobre poluição marinha

Startup de MS propõe soluções práticas para conter avanço do lixo nos mares e reforça responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e sociedade

15/10/2025

08:35

REDAÇÃO

Sacolas plásticas, garrafas e embalagens estão entre os principais resíduos encontrados nos oceanos – Foto: Divulgação/ONU

O Brasil descarta anualmente cerca de 3,44 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, o que representa quase 8% da poluição plástica marinha global, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse volume alarmante revela uma crise ambiental persistente: plásticos descartados nas cidades seguem pelos rios até atingirem o mar, afetando ecossistemas, espécies e até a saúde humana.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de 800 espécies marinhas são afetadas por resíduos plásticos seja por ingestão, emaranhamento ou contaminação. O impacto já alcança os seres humanos: microplásticos foram encontrados em frutos do mar e peixes consumidos diariamente, segundo estudos da revista Environmental Research Communications.

Além dos danos ambientais, os prejuízos atingem setores econômicos essenciais como pesca e turismo, que sustentam milhares de famílias em comunidades costeiras.

Destinação correta é saída urgente

Em meio à urgência do tema, ganha destaque a atuação de iniciativas como a Minha Coleta, startup brasileira especializada em gestão de resíduos e coleta seletiva. A empresa propõe soluções práticas para empresas, condomínios e prefeituras, com foco na redução da quantidade de lixo que chega aos oceanos.

De acordo com Eduardo Nascimento, CEO da Minha Coleta, o problema começa antes mesmo de o lixo chegar aos rios: “Os plásticos chegam ao mar de diversas formas, todas ligadas à ausência de políticas eficazes e de investimentos em coleta seletiva. É preciso investir em reciclagem, inclusive na reciclagem química, e reduzir o uso de plástico descartável”, afirma.

Enquanto o mundo recicla apenas 9% de todo o plástico produzido, segundo o Center for Climate Integrity, o Brasil recicla apenas 1,3%. O restante segue para aterros ou acaba no meio ambiente. A baixa taxa de reciclagem escancara a necessidade de ações coordenadas entre governos, empresas e consumidores.

Soluções além da reciclagem

O combate à poluição plástica depende de uma mudança estrutural na cadeia de consumo. Medidas como:

  • Redução do uso de plásticos descartáveis

  • Incentivo à economia circular

  • Logística reversa

  • Políticas públicas rigorosas

  • Educação ambiental

  • Atitudes individuais, como separar o lixo e usar garrafas reutilizáveis

são apontadas como fundamentais para frear a degradação dos mares.

Para Eduardo, a responsabilidade pelo lixo é de todos. “Precisamos enxergar a transição da economia linear para a economia circular como uma oportunidade de inovação, geração de emprego e lucro sustentável. Quem polui mais deve pagar mais. Só assim conseguiremos manter o equilíbrio ambiental e preservar a vida nos oceanos”, conclui.


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