Campo Grande (MS), Terça-feira, 14 de Outubro de 2025

DIA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS

Campanha destaca importância dos cuidados paliativos para pacientes com doenças graves

Semana Estadual promove conscientização sobre qualidade de vida, alívio da dor e apoio emocional a pacientes e familiares

14/10/2025

07:00

REDAÇÃO

Cuidados paliativos vão além de casos terminais e garantem suporte físico, emocional e social a quem enfrenta doenças graves. @ Luciana Nassar

A Semana Estadual de Cuidados Paliativos, realizada anualmente na semana que inclui o segundo sábado de outubro, reforça a importância do cuidado integral às pessoas com doenças crônicas graves ou sem possibilidade de cura. A campanha busca ampliar o entendimento da população sobre a abordagem dos cuidados paliativos, que inclui alívio da dor, controle de sintomas e apoio emocional não apenas ao paciente, mas também à família.

Criada pela Lei Estadual 5.922/2022, de autoria do deputado Zé Teixeira, a iniciativa também combate o estigma de que os cuidados paliativos são exclusivamente voltados para os momentos finais de vida. “É preciso desmistificar a ideia de que cuidado paliativo é eutanásia. Trata-se de garantir qualidade de vida a quem enfrenta doenças graves, mesmo que ainda haja longo tempo pela frente”, afirmou o parlamentar.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 625 mil pessoas no Brasil necessitam de cuidados paliativos, sendo 33.894 crianças e 591.890 adultos. O número tende a crescer com o envelhecimento da população, o que torna urgente a ampliação de políticas públicas e da rede de atendimento.

A Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP) prevê ações como comunicação empática, respeito à autonomia do paciente, uso racional de opioides, enfrentamento do racismo, capacitismo e aporofobia. O plano do Governo Federal inclui a criação de 1.321 equipes multiprofissionais e investimento de R$ 887 milhões por ano na área.

Durante audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o doutor em Cuidados Paliativos Alexandre Ernesto Silva explicou que a abordagem vai além do alívio físico. “O acolhimento também é espiritual, emocional e social. A questão não é o medo de morrer, mas como morrer e como os familiares vão lidar com a perda”, afirmou.

O médico Camilo Kageyama, anestesiologista e especialista em dor, destacou que o controle da dor é um dos pilares fundamentais dos cuidados paliativos. “A dor impede o paciente de refletir, resolver pendências e se despedir com paz. Quando conseguimos controlar a dor, proporcionamos dignidade e a chance de viver plenamente o tempo que resta.”

Ele relatou o caso de uma paciente jovem, com câncer metastático e poucos meses de vida, que conseguiu organizar questões pessoais após o alívio da dor. “Ela não tinha segurança de com quem deixar a filha pequena. Com o bloqueio da dor, encontrou forças para resolver isso. E pôde partir em paz.”

A campanha reforça que cuidados paliativos não são sinônimo de desistência, mas sim de atenção plena à vida, mesmo em sua fase mais delicada.

Veja mais no site da ALEMS:
https://al.ms.gov.br/Noticias/143660


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