Campo Grande (MS), Sábado, 26 de Abril de 2025

RIBAS DO RIO PARDO

Projeto da EMEI São João está na finalíssima do Prêmio Educador Transformador

Intitulado como “Horta comunitária com sistema de compostagem”, o projeto é capitaneado pelo diretor escolar Lucas Lopes Ribeiro, que divide esta liderança com toda a equipe da escola

06/04/2023

15:00

ASSECOM

Crianças participam de tudo que envolve a horta e ainda se alimentam

O projeto “Horta comunitária com sistema de compostagem”, da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) São João, está na finalíssima do Prêmio Educador Transformador, que é uma união entre o Prêmio Professor Transformador, da Bett Brasil e Instituto Significare; e do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora. Elaborado pelo diretor escolar Lucas Lopes Ribeiro, o projeto disputa o prêmio com outros 256 projetos selecionados para a final nacional.

Apesar de ter se debruçado nesta empreitada, o diretor da EMEI São João - Lucas Lopes - se esquiva deste encabeçamento e deixa claro que a chegada nesta reta final na disputa pelo prêmio é oriunda de um trabalho envolvendo todos os professores e demais funcionários da escola. O prêmio é válido para as categorias Educação Infantil, que é o objeto de disputa de Ribas do Rio Pardo, além do Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio, Educação Profissional, Educação de Jovens e Adultos e Ensino Superior.

 

Os candidatos que saírem vitoriosos receberão bolsa integral no curso de MBA em Educação Empreendedora, na modalidade ensino a distância, ministrado pela Faculdade Sebrae, e mais cinco bolsas integrais para as instituições de cada professor. Os sete ganhadores também serão convidados a participar de uma missão técnica nacional custeada pelo Sebrae, em data e destino a definir, além de troféu e certificado de Destaque Nacional no Prêmio Educador Transformador.

Enquanto espera o resultado, Lucas Lopes revela que na horta foram plantadas alface, cheiro verde, couve, almeirão, batata doce, berinjela, repolho, alface roxa, cenoura, mandioca, abóbora, feijão, terramicina, erva cidreira e hortelã. Lucas Lopes explicou, ainda, que toda a compostagem foi realizada com resíduos da cozinha, como borra de café, sobra de alimentos, folhagem e casca de ovo.

Até mesmo o húmus, que é uma substância constituída por matéria orgânica em decomposição produzida principalmente pelas minhocas e embuás em seus respectivos processos digestivos, também era feito na EMEI São João. “Aprendemos que essa substância apresenta coloração escura, é inodora, de textura leve, homogênea e rica em nutrientes. Nossa equipe produziu tudo isso. Nossa produção foi utilizada na alimentação dos alunos, que gostaram de comer o que era plantado na própria escola”, lembrou Lucas Lopes.

Outros projetos sul-mato-grossenses também disputam o prêmio nas demais categorias, mas o projeto “Horta comunitária com sistema de compostagem” é o único de Ribas do Rio Pardo. Para Lucas Lopes, o mais importante é inserir o município nestas disputas sadias e estimular a criação de outros projetos. Sem querer revelar o nome, ele destaca que já está pensando em outras iniciativas e sabe que outros professores e diretores estão no mesmo pensamento. “Quando a gente insiste e luta, uma hora alcançamos o resultado”, disse.

 

Agora confira uma entrevista, em formato "pingue-pongue", que o diretor escolar Lucas Lopes (no detalhe da selfie) concedeu.

Reportagem: Qual foi o ponto de partida do projeto?

Lucas Lopes: Após diversas abordagens sobre a alimentação com nossas crianças, a ideia do projeto horta comunitária surgiu com intuito de aprofundarmos o tema e a participação dos alunos ao plantar, cuidar e colher. O envolvimento das crianças foi no sentido de estimular a sua participação na produção, consumo e importância das hortaliças. Além do consumo na instituição, a horta ganhou grande proporção e passamos a fornecer para as famílias e comunidade em torno da escola. Aproveitamos a iniciativa implantamos na instituição o sistema de compostagem e minhocário, diminuindo o descarte de lixo, já que o município não possui aterro sanitário.

Reportagem: Em que consiste a pratica?

Lucas Lopes: O projeto tem como premissa básica reforçar e enriquecer a alimentação dos nossos alunos com tudo enriquecer a merenda escolar e resgatar o plantio de uma horta doméstica de fácil cuidado e manuseio, colocando a criança em contato com a terra no preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e convive. Há, ainda, o encanto com as sementes que brotam como mágica, a prática diária do cuidar, regar e transplantar. A horta tem como objetivo facilitar o acesso a alimentos saudáveis, prevenir a desnutrição e a deficiência alimentar de crianças em regiões com vulnerabilidade social para lhes garantir a boa saúde.

Reportagem: Por que é uma pratica transformadora?

Lucas Lopes: O ponto fundamental é que, além de ocupar um espaço físico ocioso, os alimentos produzidos exercem um papel complementar na merenda escolar, e na vida de nossas crianças, proporcionando uma alimentação saudável e rica em nutrientes.  Foi possível, ainda, estimular hábitos alimentares mais saudáveis, e ajudar na diminuição do lixo descartado pela instituição, que serviu para o adubo e também na produção do húmus produzida por nosso minhocário.

Reportagem: Como a horta foi Implantada?

Lucas Lopes: O primeiro passo foi apresentar o projeto para o corpo docente e administrativo da escola. Após isso, fizemos um convite para equipe técnica da prefeitura, que nos auxiliou e nos ajudou no preparo do terreno e escolhas de hortaliças. As crianças estiveram sempre presente, ajudando no plantio e no manuseio da terra. Inicialmente tivemos apenas um canteiro cuidávamos e resgávamos diariamente. O projeto foi ganhando proporção passamos a ter 4 canteiros e diversas hortaliças como alface, cheiro verde, rúcula, acelga, couve, cenoura, beterraba e rabanete. O adubo era produzido na instituição com nossa compostagem e minhocário. Logo. o projeto foi visto por um grupo de alunos do curso do SENAI, que fez a automatização de nossa horta, onde ela mesmo regava sozinha todos os dias. Toda semana tínhamos verduras para a merenda e conseguíamos ajudar famílias carentes pois nossa intuição fica em uma área de extrema pobreza.

Reportagem: Descreva uma atividade prática?

Lucas Lopes: PLANTEI, REGUEI e COLHI! ?Quando as crianças vivenciam este processo de plantar, acompanhar, cuidar, esperar, para depois colher, demonstra-se o movimento cíclico das nossas relações uns com os outros. E este aprendizado é de muito valor. Conversar e discutir com os pequenos sobre este processo grandioso de uma horta, possibilita reflexões frutíferas para o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos: cognitivos, afetivos e sociais. E no fim da atividade é possível ver os resultados de todo processo esperado, desde o cuidado om as hortaliças e também os cuidados com a compostagem e as minhocas.

Reportagem: Qual é oportunidade?

Lucas Lopes: A horta, neste caso, ocupou um lugar que antes era só mato e esquecido. Fizemos desse espaço a oportunidade de virar uma sala de aula para o aluno. Os conteúdos e conceitos podem ser aplicados ali na prática: a história dos alimentos, os benefícios dos alimentos para a saúde, a importância das matas e hortas para o ser humano além das formas geométricas, cores e muitos outros conceitos. A horta na escola promove, ao aluno, muito aprendizado e é uma forma do professor trazer inovação para os aprendizados na escola, além de promover o bem-estar para quem aprende e para a comunidade escolar.

Reportagem: Houve mobilização de recursos?

Lucas Lopes: O adubo veio através da criação da compostagem, com restos de cascas de frutas de ovos e borra de café.  As sementes, mudas e outras hortaliças tiveram apoio dos professores e comerciantes locais. O sistema de irrigação veio através dos alunos do SESC e SENAI que realizaram o TCC do curso de capacitação. Através da visibilidade das redes sociais, a nossa horta começou a ganhar padrinhos e apoiadores e começamos a ganhar doações dos pais e pessoas da comunidade.

Reportagem: Conte-nos sobre as tomadas de decisões de ações

Lucas Lopes: A horta acaba por promover o planejamento e o trabalho em equipe. Plantar e colher exige tempo, dedicação e trabalho em equipe. Todas essas práticas, vivenciadas no cotidiano escolar, enfatiza que o Projeto Horta comunitária estimula o melhor aproveitamento das hortaliças na alimentação escolar e o reaproveitamento de alimentos que iriam para o lixo e, ainda, incentiva a produção e o cultivo da horta, com aprendizagem na teoria e na prática dos alunos, atingindo também os pais, ao adotarem práticas sustentáveis no âmbito familiar.

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