INTERIOR / POLÍCIA
Caso de bebê morta após abuso em Camapuã alerta para importância da denúncia e proteção de crianças em situação de risco
Criança de 1 ano e 9 meses morreu após sinais de violência sexual e negligência; pai confessou o crime e foi preso em flagrante
10/07/2025
07:45
REDAÇÃO
Bebê foi socorrida sem vida ao hospital de Camapuã; caso é investigado pela Polícia Civil e corre sob sigilo. (foto publicada pela avó) @CGNEWS
Um caso grave registrado em Camapuã (MS) nesta quarta-feira (9) reacende o alerta sobre a importância da proteção à infância, prevenção à violência sexual e denúncias de maus-tratos. Uma bebê de 1 ano e 9 meses morreu após sofrer abuso sexual, segundo investigação da Polícia Civil. O principal suspeito é o próprio pai, que confessou o crime e foi preso em flagrante.
A criança havia recebido alta hospitalar no dia anterior, após internação no Hospital Universitário de Campo Grande, onde foi tratada por infecção grave na traqueostomia, causada por miíase (infestação por larvas), além de piolhos e pneumonia — indicadores de vulnerabilidade social e negligência nos cuidados.
De volta à cidade natal, a mãe relatou que dormiu com os filhos e o pai da bebê em um colchão improvisado. Na manhã seguinte, a criança passou mal e foi socorrida pelo SAMU. Já no hospital, foi constatado que ela estava sem vida e com lesões nas partes íntimas, o que levou os profissionais de saúde a acionarem a polícia.
Durante depoimento, o pai entrou em contradição e acabou confessando o abuso. Ele alegou ter sido vítima de violência sexual na infância e afirmou ter “cedido ao impulso”, conforme registrado no boletim de ocorrência. A mãe também prestou depoimento e o caso agora é investigado sob sigilo judicial.
Criança vivia em situação de risco
Conforme nota do Hospital Universitário, a bebê deu entrada no fim de junho em estado grave de saúde e higiene precária, e foi submetida a cirurgia para remoção das larvas e troca da cânula da traqueostomia. Após estabilização, recebeu alta no dia 8 de julho. O hospital comunicou os órgãos competentes sobre a situação de vulnerabilidade da criança.
A Polícia Civil apura agora, além do estupro, a responsabilidade por negligência e maus-tratos, e se a morte foi consequência direta da violência ou relacionada às condições clínicas pré-existentes. A família da bebê será acompanhada por serviços de proteção e assistência, e o Conselho Tutelar acompanha o caso.
O que fazer em casos de suspeita de abuso ou negligência infantil:
Disque 100: Canal nacional de denúncias de violações de direitos humanos, inclusive violência contra crianças.
Conselhos Tutelares: Responsáveis por fiscalizar e proteger os direitos das crianças em cada município.
Polícia Militar (190): Pode ser acionada em casos de emergência.
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA): Especializada em investigar crimes contra menores.
Proteger a infância é um dever coletivo. Qualquer sinal de abuso, negligência ou situação de risco deve ser denunciado. A omissão também pode ser punida por lei. O silêncio pode custar vidas.
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