Menina de 10 anos teria sido morto pela suspeita ao denunciar crime sexual cometido pelo padrasto. Delegado em MS diz que laudos ainda n�o foram entregues.
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Local onde suspeita enterrou a pr�pria filha em cidade de MS �Pol�cia Civil/Divulga��o |
A Pol�cia Civil concluiu o inqu�rito do caso da suspeita, de 29 anos, que matou a pr�pria filha, de 10 anos, em Brasil�ndia, na regi�o leste de Mato Grosso do Sul. Ao G1 o delegado Thiago Passos, respons�vel pelas investiga��es, disse que tanto a m�e como o padrasto da v�tima continuam presos.
"O inqu�rito foi conclu�do e encaminhado ao poder judici�rio, j� ofereceu den�ncia. Ambos continuam presos. Os laudos, que s�o bem complexos, ainda n�o foram conclu�dos, estamos aguardando", afirmou o delegado.
Quando presa, a m�e da crian�a alegou que, somente em ju�zo, vai falar sobre o motivo que a levou a cometer tamanha brutalidade, conforme a pol�cia. A investiga��o tamb�m aponta que a crian�a estava denunciando abuso sexual, por parte do padrasto, quando o crime ocorreu.
"Ela disse que falaria somente em ju�zo, mas, de maneira informal, n�s gravamos um v�deo e ela narrou como levou a filha at� o local, al�m de dar detalhes de como enforcou, asfixiou e a colocou no buraco. Questionada sobre o motivo, ela disse somente que "estava com muita raiva" e explicar�, em ju�zo, a motiva��o. Em 20 anos de pol�cia, nunca vi algu�m agir com essa maldade e frieza. Ali�s, espero nunca ver de novo", afirmou na ocasi�o o delegado Thiago Passos.
A mulher foi autuada em flagrante por homic�dio qualificado pelo motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da v�tima, crime praticado para ocultar outro crime; oculta��o de cad�ver e corrup��o de menor. Ela j� tinha passagens por tr�fico de drogas e furto e foi levada para o pres�dio de Tr�s Lagoas.
J� o padrasto, de 47 anos, negou o crime inicialmente, por�m, depois confessou que ficou sozinho com a v�tima quando a m�e e os irm�os dela viajaram para o interior de S�o Paulo. No dia 25 do m�s anterior, ele foi encaminhado para um pres�dio de Bataguassu, a 335 km de Campo Grande.
"A menina foi violentada no dia 12 de outubro e contou para a m�e assim que ela chegou de viagem. Ela n�o tomou nenhuma provid�ncia. A outra vez n�s acreditamos que foi recente. O estupro provavelmente ocorreu horas antes ou dias antes da morte dela, segundo testemunhas e les�es observadas na v�tima. E a menina tamb�m teria novamente se queixado com a m�e", argumentou Passos.
Entenda o caso
A mulher de 29 anos est� presa desde o dia 21 de mar�o, em Brasil�ndia. Segundo a Pol�cia Civil, a m�e contou que matou a menina porque ela acusava o padrasto de abuso sexual. O irm�o da v�tima, de 13 anos, foi apreendido. Ele confessou que ajudou a m�e a matar a irm� e que ela foi enterrada viva. "Ela pedia por socorro dentro do buraco�, disse o menino � pol�cia.
A pol�cia soube do caso pela pr�pria m�e. Depois de ir tr�s vezes ao local do crime para constatar se a filha estava morta, a mulher procurou a delegacia de Pol�cia Civil e disse que a menina havia desaparecido ap�s ter sido deixada por ela em uma pra�a com o irm�o. Horas depois, ligou para a Pol�cia Militar (PM) e contou que havia matado a crian�a e queria se entregar.
Os policiais ent�o foram ao encontro da mulher, ela falou sobre o que havia acontecido e levou os militares ao local do crime: um buraco perto do lix�o do munic�pio. L�, foi encontrado o cad�ver da menina, enterrado de cabe�a para baixo.
A Pol�cia Civil e o Conselho Tutelar foram informados e em conversa com o irm�o da v�tima, ele confessou que havia ajudado a m�e. Ele tinha arranh�es nas pernas, o que fez com que fosse levantada suspeita sobre o envolvimento dele.
O adolescente contou aos policiais que a m�e derrubou a filha no ch�o e passou a enforc�-la com fio el�trico. Na vers�o do garoto, a irm� pedia por socorro para que n�o fosse morta. Em seguida, eles encontraram um buraco no ch�o e colocaram a v�tima ainda viva, enterrando em seguida, ficando apenas os p�s para fora.
Conforme a Pol�cia Civil, o m�dico legista observou, no exame necrosc�pico, que a v�tima apresentava v�rias les�es pelo corpo, indicando poss�vel ocorr�ncia de tortura. A causa da morte foi asfixia mec�nica por compress�o do t�rax, compat�vel com o relato do adolescente.
O garoto revelou ainda que a m�e ficou enfurecida porque a irm� havia dito que estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto e prometeu mat�-la caso continuasse falando sobre o assunto. Em seguida, ela chamou ambos para sair de carro e parou em uma estrada fora da cidade, onde iniciou as agress�es e matou a filha.
A Pol�cia Civil identificou uma testemunha que relatou que a menina havia mencionado, no final do ano passado, ter sido v�tima de abuso por parte do padrasto e que n�o poderia revelar os professores ou para a pol�cia por medo de apanhar da m�e.
Por Graziela Rezende, G1 MS