SAÚDE / AVANÇO NA MEDICINA
Inteligência artificial pode se tornar aliada no combate ao glaucoma
Tecnologia em desenvolvimento pode permitir diagnóstico precoce da doença, mas uso clínico ainda deve demorar até uma década
28/08/2025
07:45
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Com base em imagens de retinografia, IA pode futuramente diagnosticar o glaucoma de forma precoce, evitando perdas irreversíveis na visão.
A inteligência artificial (IA) pode representar um importante avanço no diagnóstico e combate ao glaucoma, doença silenciosa e irreversível que afeta o nervo óptico e pode levar à cegueira. Um estudo recente, citado pelo oftalmologista Rodrigo Lindenmeyer, coordenador do Setor de Glaucoma do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, demonstrou que um algoritmo foi capaz de identificar sinais da doença com base em uma única imagem de retinografia — com sensibilidade superior à de softwares tradicionais.
Apesar do potencial, Lindenmeyer ressalta que a aplicação da tecnologia ainda está restrita ao campo da pesquisa e deve levar cerca de 10 anos até chegar ao uso cotidiano na medicina, com segurança e validação ética suficientes.
“É muito promissor. Algumas ferramentas de IA certamente criarão métodos mais baratos, portáteis e acessíveis, principalmente em áreas mais desassistidas”, afirmou o médico, em entrevista à Agência Brasil.
Estudos indicam que cerca de 50% dos pacientes com glaucoma não sabem que têm a doença, o que dificulta o diagnóstico precoce e compromete a eficácia do tratamento. A expectativa é que a inteligência artificial ajude a reduzir esse número, levando soluções tecnológicas a regiões com pouco acesso a serviços oftalmológicos.
Entenda o glaucoma
Conhecido como um “perigo silencioso”, o glaucoma geralmente não apresenta sintomas até estágios mais avançados. A única forma de detectá-lo precocemente é por meio de exames oftalmológicos completos, que incluem medição da pressão intraocular e análise do nervo óptico.
“Infelizmente, o glaucoma não dá sinais. Muitas vezes, a pressão pode estar bastante elevada e o paciente não vai perceber nada”, alertou Lindenmeyer.
O tratamento tem como objetivo controlar a pressão intraocular para evitar a progressão da doença. Colírios são o método inicial, mas casos mais graves podem exigir uso de laser ou cirurgia. O especialista reforça que danos causados pelo glaucoma são irreversíveis, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais crucial.
Além da idade (com maior prevalência após os 40 anos), fatores como etnia, miopia e gênero também influenciam no risco de desenvolver glaucoma, sendo mais frequente entre afrodescendentes, asiáticos, mulheres e pessoas míopes.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Festival Internacional da Carne passa a integrar o Calendário Oficial de MS
Leia Mais
Dia D contra o sarampo acontece neste sábado na Praça Ary Coelho
Leia Mais
Hemosul reforça importância da aférese para salvar vidas em MS
Leia Mais
Lei declara de utilidade pública a Associação da Gleba Ubiratã, em Ivinhema
Municípios