SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO
Menopausa pode aumentar risco de gordura no fígado, alertam especialistas
Queda de estrogênio favorece alterações metabólicas que levam à esteatose hepática, condição ligada a doenças graves como cirrose e câncer
18/07/2025
07:45
REDAÇÃO
Durante a menopausa, a queda do estrogênio pode levar ao acúmulo de gordura no fígado, aumentando os riscos de doenças hepáticas @REPRODUÇÃO
Com a chegada da menopausa, muitas mulheres enfrentam transformações hormonais que vão além dos famosos calores, insônia ou alterações de humor. Um dos riscos silenciosos e ainda pouco associados a esse período é a esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado — condição que pode evoluir para fibrose, cirrose e até câncer de fígado, caso não seja diagnosticada e tratada precocemente.
Segundo a médica ginecologista e nutróloga Alessandra Bedin Pochini, do Hospital Israelita Albert Einstein, a ligação entre a menopausa e a gordura hepática tem relação direta com a queda do estrogênio, hormônio que atua como protetor natural do metabolismo feminino.
“O estrogênio é um fator protetor. Quando esse hormônio começa a cair, mesmo antes da menopausa se instalar, já ocorrem alterações significativas no metabolismo da glicose e do colesterol”, explica a médica.
Esse desequilíbrio favorece o acúmulo de gordura visceral — tipo de gordura mais inflamatória e perigosa —, aumentando os riscos de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e também da própria esteatose hepática.
O período de maior risco para o surgimento da gordura no fígado é justamente o da transição menopausal, que se inicia cerca de três anos antes da última menstruação e pode se estender por até três anos após.
“Nesse intervalo, o corpo da mulher passa por uma verdadeira redistribuição da composição corporal: perde-se massa muscular e ganha-se gordura, especialmente na região abdominal”, explica Alessandra. “É nessa fase que a gordura hepática aparece com mais frequência e pode evoluir com maior gravidade.”
Além disso, a deficiência de estrogênio aumenta o estresse oxidativo, agrava a resistência à insulina, e favorece a acumulação de gordura no fígado, intensificando o risco de doenças hepáticas progressivas.
A recomendação é que mulheres a partir dos 45 anos, especialmente durante o climatério, mantenham acompanhamento médico regular, realizem exames preventivos e adotem hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, atividade física e controle do peso corporal.
A esteatose hepática pode ser silenciosa, mas é reversível em estágios iniciais, especialmente com mudanças no estilo de vida.
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