SAÚDE
Seus olhos estão te dando um alerta?
Coceira, vermelhidão e lacrimejamento podem indicar alergia ocular; saiba quando procurar o oftalmologista ou ir à urgência
17/07/2025
11:10
Você já sentiu aquela coceira insistente, acompanhada de vermelhidão, lacrimejamento e a incômoda sensação de “areia” nos olhos? Esses sintomas, muitas vezes confundidos com uma simples irritação ou até mesmo conjuntivite, podem indicar uma alergia ocular, uma condição que afeta significativamente a qualidade de vida e precisa ser levada a sério.
“As alergias oculares acontecem porque a superfície dos olhos, por estar em constante contato com o ambiente, é um local imunologicamente muito ativo. Quando entra em contato com alérgenos como ácaros, pelos de animais, mofo ou até conservantes de cosméticos, o sistema imunológico reage de forma exagerada”, explica o Dr. Andrey Batista, médico oftalmologista especialista em catarata e cirurgia refrativa do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco.
Segundo o médico, o principal sintoma é a coceira nos olhos, mas também podem surgir vermelhidão, lacrimejamento, inchaço nas pálpebras e sensação de corpo estranho. “Muita gente tem predisposição genética para desenvolver alergias. Filhos de pais alérgicos têm mais chances de apresentar o problema, especialmente se também sofrem com rinite, asma ou dermatite”, afirma Batista.
Apesar de um mito comum, o uso excessivo de telas não causa alergia ocular diretamente. No entanto, o especialista alerta: “Ficar muito tempo em frente ao computador ou celular pode reduzir a lubrificação natural dos olhos, favorecendo o ressecamento e deixando a superfície ocular mais vulnerável à ação dos alérgenos”, diz o Dr. Andrey.
Outra dúvida frequente é se esse tipo de alergia é contagiosa. A resposta é direta: não é contagiosa. No entanto, se não for tratada, pode evoluir para complicações sérias. “Coçar os olhos de forma repetitiva pode induzir o desenvolvimento ou progressão do ceratocone, uma alteração da córnea que pode causar distorção da visão e, em casos avançados, levar até à necessidade de um transplante”, explica o médico do HOPE.
O tratamento começa com a prevenção: “É essencial evitar o contato com os alérgenos. Manter o ambiente limpo, arejado e livre de tapetes, cortinas, poeira e pelos de animais já é um grande passo. Outra dica é sempre limpar ventiladores e aparelhos de ar-condicionado”, orienta. Para aliviar os sintomas, colírios lubrificantes e antialérgicos são úteis, além do uso de antialérgicos orais em caso de manifestações sistêmicas. “Se os sintomas persistirem, a avaliação oftalmológica é indispensável”, reforça o Dr. Andrey.
Ele também destaca a importância de saber quando procurar atendimento oftalmológico ambulatorial ou de urgência. “Coceira leve, olho vermelho e desconforto podem ser avaliados em consultas eletivas. Mas sinais como dor intensa, visão embaçada ou turva, dificuldade para abrir os olhos, secreção amarelada ou esverdeada e sensibilidade exagerada à luz exigem atendimento urgente”, alerta o médico do HOPE.
A alergia ocular, além de afetar a visão, pode comprometer o sono, o humor e a vida social. Por isso, ao menor sinal de desconforto, vale a pena procurar ajuda especializada. “Cada paciente precisa de uma abordagem individualizada e, muitas vezes, interdisciplinar, envolvendo alergologistas, dermatologistas, otorrinos ou pneumologistas. O importante é não ignorar os sinais e buscar o cuidado adequado”, finaliza o Dr. Andrey Batista.
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