O prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP) diz que a manifestação no início da manhã desta segunda-feira (8) por parte de moradores da favela Cidade de Deus seria, na verdade, uma jogada política. Segundo ele, uma ação de despejo e reintegração de posse da área pública onde se encontra a favela seria o estopim dos protestos.
Segundo Olarte, na época, o então prefeito Alcides Bernal (PP), juntamente com a Enersul, agora Energisa, e o MPE (Ministério público Estadual) entraram em conjunto com a ação para que os moradores fossem retirados. Eles alegaram que o local é de risco para as famílias e por conta disso, eles não poderiam ficar ali.
“Já sabia que o prazo para eles permanecerem por lá estava expirando e até mesmo protocolei um recurso adiando o despejo, e é por conta disso que as retroescavadeiras não foram lá. Pretendo regularizar a situação deles, mas em outro local, pois também reconheço a insalubridade do local, porém tudo deve ser conversado”, afirma Olarte.
Manifestação
Após ficaram três horas bloqueando o macroanel que dá acesso as rodovias federais, 060 e 163, de Sidrolândia e São Paulo, os manifestantes foram para a frente da Prefeitura pedir providências. “Pedi para que eles montassem uma comissão para conversamos, mas eles não aceitam. Não há como conversar com todos, eles precisam entrar em um consenso para que haja uma comissão”, ressalta o prefeito.
Ele conta que, reconhece Veranilce da Silva Monteiro como líder da Favela. “Sempre conversei com ela sobre a situação das famílias de lá, tanto que ela tem a relação dos moradores e sempre expôs o que acontecia. Os demais que se intitulam como líderes e promoveram o manifesto não os conheço e nem sei quem são. Acredito que isso tem cunho político por trás, afinal estamos em época eleitoral e muitos se aproveitam desta situação para tirar proveito”, fala Olarte.
Já Marcos Roberto Pereira e Rodrigo Santos, que estavam à frente das manifestações, falaram para a equipe do Midiamax que desconhecem Veranilce. “Nem sabemos quem ela é, pois ela não mora por lá”, afirmam os dois envolvidos no protesto.
Novas moradias
Além disso, Olarte garantia a inauguração de 5 mil moradias para o próximo ano em Campo Grande. “Todos que estiverem na Cidade de Deus e que atendam aos pré requisitos da EMHA (Agência Municipal de Habitação) vão ter um imóvel. Aqueles que não tiveram adequados, vamos procurar uma situação para resolver, mas para isso, preciso sentar com uma comissão e conversar”, enfatiza o prefeito.
No total há 800 famílias morando na Favela Cidade de Deus, onde utilizam ligações clandestinas de água e energia elétrica, além disso, o local não há qualquer tipo de estrutura de saneamento básico. A área é localizada próxima ao lixão municipal, que já foi palco de manifestações.
Fonte: Midiamax
Por:Jucyllene Castilho e Arlindo Florentino
Foto:Gerson Walber