VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Juliana Soares rompe o silêncio após agressão brutal e recebe comenda Maria da Penha
Vítima de tentativa de feminicídio, ela ainda se recupera de cirurgia de reconstrução facial após ser espancada com 61 socos; agressor está preso
26/08/2025
10:00
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Juliana Soares recebe a comenda Maria da Penha e faz discurso emocionado na Câmara Municipal de Natal após sobreviver a tentativa de feminicídio (Foto: Reprodução)
Ainda em recuperação das graves agressões sofridas em julho, Juliana Soares, de 35 anos, falou pela primeira vez em público nesta segunda-feira (25), durante uma solenidade na Câmara Municipal de Natal (RN). Em um discurso emocionado, com marcas visíveis no rosto e dificuldade na fala devido à cirurgia de reconstrução facial, ela recebeu a comenda Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência de gênero.
Juliana foi violentamente agredida com 61 socos dentro de um elevador residencial pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, ex-jogador da Liga Nacional de Basquete. A agressão, registrada por câmeras de segurança, chocou o país e provocou ampla mobilização social.
“Estou aqui hoje para dizer que sobrevivi. Mas muitas não conseguem. Que minha história sirva de força para outras mulheres saírem do silêncio. Eu acreditei que ele mudaria, mas quase morri”, declarou Juliana, visivelmente emocionada.
O cirurgião responsável pela reconstrução da face da vítima comparou as lesões às de um acidente de carro. Foram constatadas múltiplas fraturas e fragmentos ósseos, exigindo um procedimento mais longo e complexo do que o inicialmente previsto. A equipe médica não descarta a possibilidade de sequelas permanentes, tanto estéticas quanto funcionais.
Igor Cabral está preso preventivamente desde o início do caso e foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte por tentativa de feminicídio. O processo segue em tramitação na Justiça.
Juliana afirmou que seguirá usando sua voz para alertar outras mulheres sobre os sinais da violência e a importância de pedir ajuda. “O silêncio mata. Eu demorei a falar, mas hoje grito por todas que já não podem mais”, disse, sendo aplaudida de pé.
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