SAÚDE / ALERTA SOBRE CÂNCER RARO
Brasil registra 1º caso de câncer raro associado a prótese de silicone
Paciente tratada em Barretos teve carcinoma espinocelular e faleceu oito meses após o diagnóstico; especialistas reforçam importância do acompanhamento médico
26/08/2025
09:00
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Caso raro de câncer associado a prótese de mama foi registrado em paciente de 38 anos tratada no Hospital de Amor, em Barretos (Foto: Divulgação/ Sociedade Brasileira de Mastologia))
O Hospital de Amor, em Barretos (SP), documentou o primeiro caso brasileiro de carcinoma espinocelular associado a implantes mamários (BIA-SCC, na sigla em inglês), um tipo extremamente raro e agressivo de câncer relacionado ao uso de prótese de silicone. O caso foi publicado na renomada revista científica Annals of Surgical Oncology.
A paciente, de 38 anos, havia colocado implantes aos 20. Cerca de duas décadas depois, procurou atendimento após notar inchaço e acúmulo de líquido na mama esquerda. Exames confirmaram a presença de células malignas na cápsula fibrosa – membrana que o corpo forma ao redor da prótese. Apesar de passar por cirurgia e tratamento com quimioterapia, o tumor evoluiu rapidamente, e a paciente faleceu oito meses após o diagnóstico.
De acordo com o mastologista Idam de Oliveira Junior, médico do Hospital de Amor e um dos autores do estudo, apenas 17 casos semelhantes haviam sido registrados no mundo desde 1992. “O implante mamário continua sendo seguro, mas é fundamental o acompanhamento médico regular, mesmo muitos anos após a cirurgia. Esse tipo de tumor é raro, mas merece atenção para diagnóstico precoce”, afirmou.
O estudo destaca que o BIA-SCC não está associado a um tipo específico de implante, cobertura ou técnica cirúrgica. A principal hipótese é que inflamações crônicas na cápsula que envolve a prótese, ao longo dos anos, possam causar alterações celulares que culminam no desenvolvimento do câncer.
As diretrizes do Follow-up Guidelines Advisory (FGA) recomendam que mulheres com próteses de mama façam ultrassonografia a partir do quinto ano após a cirurgia e, depois disso, a cada dois anos. Em casos suspeitos, ressonância magnética pode ser indicada para investigação mais detalhada.
Os sinais que devem ser investigados incluem:
aumento anormal da mama,
vermelhidão persistente,
presença de nódulos,
acúmulo de líquido ao redor da prótese.
Embora extremamente raro, o caso serve de alerta para a importância do monitoramento contínuo da saúde mamária de mulheres com implantes. O diagnóstico precoce é essencial para melhorar as chances de tratamento e sobrevida, mesmo em tumores agressivos como o BIA-SCC.
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