Francielle confessou que furtou doses em cl�nica e tamb�m posto de sa�de
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Pol�cia encontrou vacinas, celular e R$ 550 em dinheiro - Divulga��o |
A t�cnica de enfermagem Francielle Menegueti Pereira, de 26 anos, presa na noite de quinta-feira (9), em Chapad�o do Sul, acusada de aplicar falsas vacinas contra a gripe H1N1 e cobrar R$ 110 por imuniza��o, est� sendo investigada quanto a reutiliza��o das agulhas e do conte�do aplicado nos clientes.
De acordo com o delegado respons�vel pelo caso, Danilo Mansur, no dia da pris�o a mulher falou que "imunizou" 25 pessoas, por�m, ap�s a divulga��o do fato pela m�dia local, 45 pessoas se apresentaram na delegacia e mais 30 no Minist�rio P�blico alegando terem sido v�timas de Francielle.
"Solicitamos a quem recebeu a vacina em casa para que fosse at� um desses locais e denunciasse, a fim de sabermos quantas foram as v�timas. At� agora 75 pessoas apareceram, mas este n�mero pode aumentar", afirmou o delegado.
Conforme a autoridade policial, as pessoas que foram "imunizadas" pela t�cnica de enfermagem est�o sendo chamadas para realizarem exame de sangue no intuito de constatar se apresentam alguma rea��o com rela��o ao produto aplicado.
"N�o sabemos se o que ela aplicou foi vacina de H1N1 ou para outra finalidade, como hepatite B, por exemplo", ressaltou o delegado ao contar que a pr�pria mulher confessou que furtou vacina do posto de sa�de onde a m�e trabalha como faxineira.
"Pedi a pris�o provis�ria da m�e dela tamb�m, por�m, foi liberada ap�s Francielle confessar que furtou dois frascos de vacina contra a gripe e um contra a hepatite B, no dia em que foi ajudar a m�e a fazer faxina no posto de sa�de", contou Mansur.
Durante vistoria na casa da mulher a pol�cia encontrou 11 seringas guardadas dentro do guarda-roupa, quando o correto seria armazen�-las no refrigerador. Algumas delas ainda estavam com agulha e doses que seriam aplicadas. Foram encontrados ainda R$ 550 em dinheiro, possivelmente proveniente de atendimento a domic�lio feito na tarde anterior � den�ncia.
"Encontrei recipiente de pl�stico onde ela guardava as seringas. Nossa preocupa��o � com rela��o a diferen�a do n�mero de seringas da quantidade de pessoas que foram vacinadas, j� que existe a possibilidade de ela ter utilizado a mesma agulha em outras pessoas, o que pode facilitar o risco de transmiss�o de doen�as como a aids, por exemplo, apesar dela alegar que descartou as seringas utilizadas", pontuou o respons�vel pelo caso.
Diante desta situa��o, as v�timas de Francielle est�o sendo conduzidas para o tratamento com coquetel (composto de rem�dios destinados a impedir poss�vel multiplica��o de v�rus no organismo). Ao Portal Correio do Estado, o delegado contou ainda que a mulher responde por crime de furto na �poca em que trabalhou em lot�rica. "Na ocasi�o, ela desviou R$ 159 mil".
Desmascarada
O delegado conta que a mulher foi desmascarada ap�s vacinar cinco pessoas da mesma fam�lia. "Na quarta-feira ela foi chamada para imunizar fam�lia toda numa resid�ncia por R$ 550. Ao ver a maneira com que Francielle armazenou a vacina, no recipiente pl�stico, uma das clientes, que trabalha na �rea da sa�de, desconfiou e chegou a questionar se a forma com que ela estava fazendo era correta, j� que n�o estava condicionada conforme o protocolo m�dico. No dia seguinte, ao levar o filho ao m�dico, questionou ao dono da cl�nica de imuniza��o Prime Imune, se Francielle trabalhava l�, e recebeu a informa��o de que ela tinha sido demitida h� uma semana e que a vacina contra H1N1 estava em falta na rede particular h� mais de um m�s", detalhou o delegado.
Desesperada, a fam�lia acionou a pol�cia, que na mesma hora j� foi at� a resid�ncia de Francielle, onde foi encontrado material usado para a falsa imuniza��o, al�m do dinheiro recebido na noite anterior.
"Essas vacinas t�m que ficar guardadas a temperaturas entre 2�C e 8�C, e n�o num guarda-roupa", pontuou o delegado, esclarecendo que a mulher chegou a furtar vacinas durante o per�odo em que trabalhou na cl�nica de imuniza��o. "Uma seringa cheia � para vacinar pessoa adulta, em crian�as usa-se apenas a metade da seringa, o restante tem que descartar, mas ela n�o fazia isso, quando vacinava uma crian�a na cl�nica, ela guardava uma metade para vacinar em casa", contou.
"Ela tamb�m confessou que enquanto trabalhava na cl�nica escondia as vacinas na geladeira e levava para casa". No celular apreendido a pol�cia encontrou conversas de Francielle com clientes, cujo teor era para agendar a vacina��o na resid�ncia das pessoas. "Ela n�o pode vacinar, pois n�o tem habilita��o para isso e nem autoriza��o do m�dico".
Francielle est� detida na delegacia de Chapad�o do Sul e aguarda remo��o para o pres�dio. Se condenada pode pegar at� 24 anos de reclus�o, sem considerar o crime continuado que pode aumentar a pena. A mulher responder� por furto qualificado mediante abuso de confian�a, perigo para vida ou sa�de de outrem, falsifica��o, corrup��o, adultera��o ou altera��o de produto destinado a fins terap�uticos e medicinais.
Fonte: Correio do Estado
Por: VALQU�RIA ORIQUI
Link original: http://www.correiodoestado.com.br/cidades/vitimas-de-falsa-imunizadora-ja-somam-75-pena-pode-ultrapassar-24/279960/
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