VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Dayane Garcia morre após 77 dias internada; feminicídio em MS chega a 25 casos em 2025
04/09/2025
08:35
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Dayane Garcia morreu após quase três meses de internação; agressor já havia sido preso por ameaçá-la de morte @DIVULGAÇÃO
Após 77 dias de luta pela vida, Dayane Garcia, de 33 anos, não resistiu aos ferimentos causados por disparos de arma de fogo e morreu na noite desta quarta-feira (3), em Campo Grande. Ela havia sido internada desde o dia 18 de junho, quando foi baleada na cabeça e no pescoço pelo próprio companheiro, Eberson da Silva, na residência do casal, em Nova Alvorada do Sul, a 116 km da Capital.
O autor dos disparos, vigilante de profissão, tirou a própria vida logo após o crime, cometido no bairro Jaime Medeiros. O filho do casal presenciou episódios de violência anteriores e, segundo relatos, também estava na casa no momento da tentativa de feminicídio.
O assassinato de Dayane não foi um caso isolado. Em fevereiro deste ano, Eberson chegou a ser preso após espancá-la e ameaçá-la de morte. Durante uma das discussões, ele afirmou:
“Hoje acontece alguma coisa com você. Você vai ser mais uma vítima de feminicídio.”
Mesmo após o episódio e a prisão do agressor, Dayane seguiu sendo perseguida e agredida, em algumas ocasiões na frente do filho. A tragédia revela as fragilidades do sistema de proteção a mulheres em situação de risco.
Com a morte de Dayane, o número de feminicídios em Mato Grosso do Sul chega a 25 casos registrados em 2025, segundo a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública). O dado ultrapassa o total do mesmo período em 2024, quando foram 23 casos até setembro, terminando o ano com 35 ocorrências.
Os números mostram que a violência contra a mulher continua crescente, apesar das campanhas de conscientização e políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica.
A morte de Dayane, mesmo após denúncia formal e prisão do agressor, expõe falhas no sistema de proteção às vítimas. O caso gera comoção e reacende o debate sobre a necessidade de medidas preventivas mais efetivas, como:
Monitoramento eletrônico de agressores,
Cumprimento rigoroso de medidas protetivas,
Apoio psicossocial às vítimas e seus filhos,
Investimentos em abrigos temporários e rede de acolhimento.
Casos como o de Dayane demonstram que a denúncia é apenas o primeiro passo. A continuidade da proteção e o acompanhamento são essenciais para salvar vidas.
Canais de denúncia:
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher (ligação gratuita e anônima)
190 – Polícia Militar (em caso de emergência)
Aplicativo MS Mulher – Canal digital de denúncia e solicitação de ajuda.
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