A produção de milho em Mato Grosso do Sul surpreende positivamente em 2025. De acordo com boletim preliminar divulgado pela Aprosoja/MS, por meio do Projeto SIGA-MS, a estimativa saltou de 10,1 milhões para 14,2 milhões de toneladas, um crescimento de 68,2% em relação à safra passada.

Apesar da área cultivada permanecer praticamente estável, com 2,1 milhões de hectares, o principal fator do aumento foi a alta na produtividade média, agora estimada em 112,7 sacas por hectare — 68,1% a mais que no ciclo anterior. O resultado é atribuído à janela de plantio adequada, chuvas bem distribuídas em abril, avanços tecnológicos e melhores práticas de manejo adotadas pelos produtores.

Segundo o boletim, 78,1% das lavouras estão em condições “boas”, 15,3% “regulares” e apenas 6,6% são consideradas “ruins”.

Destaques municipais

Apesar do bom desempenho estadual, há grandes variações regionais na produtividade:

Maiores produtividades (sacas por hectare):

• Chapadão do Sul – 173,3 sc/ha

• Alcinópolis – 160,0 sc/ha

• Sonora – 152,5 sc/ha

• São Gabriel do Oeste – 147,1 sc/ha

• Brasilândia – 145,8 sc/ha

Menores produtividades:

• Ivinhema – 57,8 sc/ha

• Rochedo – 50,7 sc/ha

• Aparecida do Taboado – 35,0 sc/ha

• Nova Andradina – 31,0 sc/ha

• Aquidauana – 19,1 sc/ha

Colheita em andamento exige cautela

Segundo Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, o cenário ainda pode mudar, pois 20% das áreas ainda não foram amostradas.

“Mais do que a produtividade, o que determinará o sucesso da safra é a relação de troca. Muitos municípios ainda enfrentam desafios nesse ponto”, afirmou.

Impacto econômico

O analista econômico da Famasul, Jean Américo, destaca que a estimativa reforça o papel estratégico do milho para a economia regional:

“A alta na produtividade eleva a renda agrícola, fortalece a capacidade exportadora, atrai investimentos em infraestrutura e consolida Mato Grosso do Sul como referência nacional e internacional na produção de grãos”.

Atualmente, 933 propriedades são atendidas pela Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS (ATeG Grãos), que contribui diretamente para os ganhos de produtividade por meio de capacitação técnica especializada.

Com o novo cenário, Mato Grosso do Sul reforça sua posição de destaque no agronegócio brasileiro, com o milho ganhando protagonismo como vetor de crescimento sustentável, geração de empregos e desenvolvimento regional.