Campo Grande (MS), Quarta-feira, 03 de Dezembro de 2025

Centenário Forte Coimbra de Mato Grosso do Sul pode se tornar Patrimônio Mundial

16/05/2018

18:51

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Constru��o hist�rica deve integrar candidatura de 19 fortifica��es situadas em dez estados brasileiros.

Centen�rio forte de Mato Grosso do Sul pode ser tombado como patrim�nio da humanidade �Ren� M�rcio Carneiro/Prefeitura de Corumb�
O centen�rio Forte Coimbra, em Corumb�, no Pantanal sul-mato-grossense pode ser tombado como Patrim�nio Mundial da Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco).

Na pr�xima ter�a e quarta-feira, dias 22 e 23, ser� realizada uma oficina t�cnica em Corumb�, para discutir entre institui��es federais, estaduais, municipais e militares, os pap�is de cada uma delas para apresenta��o da fortifica��o sul-mato-grossense dentro da candidatura a Patrim�nio Mundial do conjunto de fortifica��es do Brasil.

O evento ser� promovido pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e o Ex�rcito.

Os debates v�o envolver conceitos e procedimentos para a apresenta��o da candidatura do Conjunto de Fortifica��es do Brasil a Patrim�nio Mundial; os desafios para a gest�o desses monumentos e a montagem de conjunta de estrat�gias para a sustentabilidade desses bens tombados.

Em Mato Grosso do Sul a �nica fortifica��o que integra o conjunto que ser� apresentado a Unesco � o Forte Coimbra.

Al�m do Forte de Coimbra, tamb�m integram a lista indicativa os seguintes monumentos: Fortaleza de S�o Jos�, em Macap� (AP), Forte dos Reis Magos, em Natal (RN), Forte de Pr�ncipe da Beira, em Costa Marques (RO), Forte de Santo Ant�nio da Barra, em Salvador (BA), Forte S�o Diogo, em Salvador (BA), Forte S�o Marcelo, em Salvador (BA), Forte de Santa Maria, em Salvador (BA), Forte de N. S. de Mont Serrat, em Salvador (BA), Forte de Santa Catarina, em Cabedelo (PB), Forte de Santo Amaro da Barra Grande, em Guaruj� (SP), Forte S�o Jo�o, em Bertioga (SP), Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim, em Governador Celso Ramos (SC), Forte de Santo Ant�nio de Ratones, em Florian�polis (SC), Forte de S�o Tiago das Cinco Pontas, em Recife (RE), Forte de S�o Jo�o Batista do Brum, em Recife (PE), Forte Santa Cruz de Itamarac�, em Itamarac� (PE), Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niter�i (RJ) e Fortaleza de S�o Jo�o, em Rio de Janeiro (RJ).

O Conjunto de Fortifica��es do Brasil � composto por 19 fortifica��es situadas em 10 estados brasileiros. Elas representam as constru��es defensivas implantadas no territ�rio nacional, nos pontos que serviram para definir as fronteiras mar�timas e fluviais do pa�s.

Implantadas pelos europeus no Brasil, as fortifica��es tiveram suas origens em um processo de ocupa��o do territ�rio de modo particular, diferenciado das outras pot�ncias coloniais. Baseava-se em um esfor�o descentralizado, oriundo de a��es dos pr�prios moradores das diferentes capitanias que formariam o Brasil, sem uma maior interven��o da metr�pole. Isso resultou na constru��o de centenas de fortifica��es, espalhadas por todo o territ�rio nacional, edificadas para atender mais a interesses locais do que os de Portugal.

O forte sul-mato-grossense

Resultante da disputa por territ�rio entre portugueses e espanh�is na regi�o meridional, a hist�ria da localidade de Forte de Coimbra iniciou-se quando o ent�o governador da Capitania de Mato Grosso, Lu�s de Albuquerque de Melo Pereira e C�ceres, descumpriu o Tratado de Madri, de 1750, e avan�ou sobre a margem direita do Rio Paraguai, sendo pelo Tratado considerada de dom�nio espanhol. Em 1775, o governador enviou o capit�o Matias Ribeiro da Costa com uma tropa de homens para fundar um pres�dio num ponto estrat�gico conhecido como Fecho dos Morros.

Chegando ao estreito de S�o Francisco Xavier, Matias desembarcou e fundou um pres�dio de pali�ada, chamado Pres�dio de Coimbra, acreditando ser aquele o ponto procurado. Dois anos depois de sua funda��o a pali�ada foi destru�da por um inc�ndio, sendo reconstru�da logo ap�s o sinistro, mas foi somente em 1797, quando o ent�o comandante, o engenheiro militar e ge�grafo Ricardo Franco de Almeida Serra assumiu o comando do pres�dio, que a muralha de pedra do atual Forte de Coimbra foi desenhada pelo mesmo e constru�da em uma forma��o rochosa � direita da pali�ada.

No final de 1864, ap�s a Rep�blica do Paraguai declarar guerra contra o Imp�rio Brasileiro, o Forte foi atacado no dia 25 de dezembro sob o comando do coronel paraguaio Vicente Barrios. Ap�s resist�ncia aos ataques paraguaios, na noite de 28 para 29 o comandante Hermenegildo Portocarrero decidiu embarcar a guarni��o do forte no navio Anhamba�, e partir para Corumb� sem que os inimigos percebessem. O Forte ficou sob dom�nio paraguaio, sendo retomado apenas em 1868.

Ap�s a Guerra da Tr�plice Alian�a, �ltima batalha da qual participou o Forte de Coimbra, ele foi reconstru�do a partir das ru�nas da muralha que restaram, compondo a atual configura��o edificada. A fortifica��o recebeu instala��es internas com alojamentos para abrigar soldados, salas para o comandante e administra��o, paiol para armazenamento de armar, cadeia e calabou�o, al�m de uma capela.

Inserido em territ�rio militar, atualmente o Forte de Coimbra � administrado pelo Ex�rcito Brasileiro, institui��o respons�vel pelos procedimentos de conserva��o e manuten��o desse bem. O Forte � constantemente utilizado para eventos militares, al�m de ser aberto � visita��o tur�stica. Possui um museu que guarda uma urna com as cinzas do Coronel Ricardo Franco e acervo constitu�do de objetos relacionados � hist�ria da fortifica��o. Tamb�m disp�e de um acervo de canh�es de diferentes �pocas, inseridos na fortifica��o e suas proximidades, que representam a evolu��o tecnol�gica da artilharia.

Por G1 MS

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