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Em 2018, as aulas de física do SESI de Corumbá foram bem diferentes. Os alunos do primeiro ano do Ensino Médio, que têm entre 15 e 16 anos, aprenderam os conteúdos da disciplina construindo um carrinho de rolimã totalmente sustentável. Com uma estrutura de madeira, o carrinho de um metro e meio é movido a energia solar.
“Como o objeto de estudo era física e eles começaram com a disciplina no primeiro ano, eu tive que fazer com que eles se encantassem com a disciplina, então por que não fazer algo prático, fazer com que eles colocassem a mão na massa e conseguissem descobrir onde se encontrava o conteúdo?”, explica a professora de física e matemática, Ellen Conrado, uma das idealizadoras do projeto.
A professora conta que, durante o desenvolvimento do carrinho, foi possível trabalhar diversos conteúdos de física. Os alunos juntavam as informações vistas em sala de aula com pesquisas realizadas por eles mesmos, o que trazia o domínio das informações para que pudessem colocar em prática.
Também responsável pela iniciativa, a professora de língua portuguesa, Yolanda Fernandes Rolim, destaca que o projeto é interdisciplinar e consegue aliar teoria à prática. “Embora tenha sido só para física no início, eu consigo trabalhar língua portuguesa, técnicas de redação, geografia, matemática, a própria mecânica, que é um conteúdo que eles viram no SENAI, tornearia, soldagem”, afirma.
Yolanda também ressalta que o projeto desenvolveu o trabalho em equipe, a inovação e despertou os estudantes pra o mundo dos negócios. “A partir desse projeto, tudo o que eles vão olhando eles perguntam: mas como aquilo foi criado? Mas e se eu pegar isso aqui e melhorar, o que eu posso fazer? E para a sociedade, para que pode ser benéfico, isso? Cabe investimento? Quem vai ter interesse nesse investimento? Então eles já têm esse outro olhar mesmo, em relação ao empreendedorismo, que é uma das disciplinas vistas também no SESI”, reitera.
Hoje o carrinho de rolimã faz parte da recreação da escola, mas continua sendo objeto de estudo dos alunos, que pretendem fazer mudanças para melhorar o projeto.
Melhores práticas pedagógicas 2018
O projeto foi destaque no 3º Encontro Nacional do Sistema Estruturado de Ensino da Rede SESI, realizado no fim de novembro, em Brasília. No total, 20 projetos foram homenageados por terem gerado impactos positivos no aprendizado dos alunos e, por isso, foram consideradas as melhores práticas pedagógicas de 2018 da rede SESI.
Segundo o gerente executivo do Serviço Social da Indústria, Sérgio Gotti, a escola precisa mudar a maneira de ensinar e se tornar mais atrativa para os estudantes. Esse conceito foi base para todos os projetos homenageados, que partiram do STEAM, uma metodologia que trabalha de forma integrada as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática e é baseada na aprendizagem por projetos.
“Quando nós pensamos, por exemplo, na nossa indústria, quando nós pensamos no comércio, nos serviços, o que a gente observa é que as profissões que vão vir são absolutamente diferentes do que está acontecendo hoje em dia. E se a escola não se preparar para isso e, principalmente, não preparar o aluno para esse futuro, ela vai se distanciar cada vez mais do aluno, da realidade”, explica.
Fonte: Agência do Rádio Mais
Por: Aline Dias