DIREITOS DAS MULHERES
Ameaçada de morte, deputada Gleice denuncia violência política de gênero na ALEMS
Parlamentares manifestam solidariedade e reforçam urgência no combate à violência contra mulheres em MS
09/12/2025
12:00
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Deputada Gleice Jane durante pronunciamento em que revelou ameaça de morte recebida no fim de semana.
A deputada estadual Gleice Jane (PT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) nesta terça-feira (9) para denunciar que recebeu, no último domingo, mensagens de ódio e uma ameaça explícita de morte em seu celular pessoal. Segundo ela, o ataque integra um cenário crescente de violência política de gênero, que tenta silenciar mulheres que ocupam espaços de poder.
“Não é normal naturalizarmos a misoginia e o ódio na política. Precisamos construir espaços seguros dentro da democracia”, afirmou. A parlamentar disse que, ao ler o teor das mensagens repletas de xingamentos e hostilidade ficou paralisada por alguns instantes, mas logo foi orientada a registrar boletim de ocorrência. Para Gleice, o ataque extrapola sua trajetória pessoal e estimula a intimidação de outras mulheres que atuam ou pretendem ingressar na política.
Ela destacou ainda que 2025 é ano pré-eleitoral, e que o clima de violência e misoginia afasta a participação feminina. “Se as mulheres não se sentirem seguras, não se candidatarão. Não podemos normalizar a violência política”, reforçou. A deputada também mencionou a importância de políticas públicas e ações educativas para combater desigualdades de gênero desde o ambiente escolar.
A denúncia mobilizou apartes de diversos parlamentares, que manifestaram solidariedade e cobraram medidas firmes.
Pedro Kemp (PT) afirmou que ataques contra mulheres não podem ser naturalizados e apontou falhas nos protocolos de proteção.
Lia Nogueira (PSDB) destacou qu
e “internet não é terra sem lei” e disse ser necessário punir com rigor quem propaga ódio.
Zeca do PT lembrou políticas pioneiras voltadas à proteção das mulheres e reforçou que servidores públicos não podem se intimidar.
Professor Rinaldo (Podemos) de
fendeu educação como ferramenta preventiva e debate sobre penas mais severas.
P
aulo Corrêa (PSDB) elogiou o registro imediato da ocorrência e afirmou que não se pode dar margem a criminosos.
Paulo Duarte (PSB) afirmou que o enfrentamento deve envolver toda a sociedade.
Gerson Claro (PP), presidente da Casa, gara
ntiu união institucional no combate à violência política de gênero.
Na Ordem do Dia, Lidio Lopes (sem partido) também manifestou apoio e citou ataques recorrentes sofridos por outras mulheres em cargos públicos.
Durante a sessão, Gleice apresentou o projeto que cria o “Protocolo Círculo do Cuidado”, voltado ao acolhimento de mulheres vítimas de violência em estabelecimentos públicos e privados. A proposta prevê identificação precoce, escuta qualificada e encaminhamento adequado, medidas essenciais para evitar feminicídios.
A parlamentar também apresentou moção de protesto diante da escalada da violência contra mulheres no estado. O tema ganhou ainda mais destaque após o plenário aprovar moção de pesar, proposta por Paulo Corrêa, pela morte de Ângela Nayhara Guimarães Gugel, de 53 anos, vítima do 39º feminicídio de 2025 em Mato Grosso do Sul. Ela foi assassinada a golpes de canivete pelo ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento.
Ao concluir, Gleice afirmou que não recuará diante das ameaças. “Nenhuma de nós pode ser silenciada. Precisamos enfrentar a violência contra as mulheres em todos os espaços.”
A Assembleia Legislativa reforçou publicamente o compromisso de combater a violência política de gênero e fortalecer ações de proteção às mulheres sul-mato-grossenses.
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