Campo Grande (MS), Terça-feira, 09 de Setembro de 2025

INTERIOR / OPERAÇÃO EM TERENOS

Gaeco cumpre mandados de prisão e busca em operação contra fraudes em Terenos

Prefeito Eduardo Budke está entre os alvos; ação ocorre um ano após escândalo que envolveu contratos milionários e empresas de fachada

09/09/2025

08:25

REDAÇÃO

Em Campo Grande, equipes do Gaeco cumpriram mandado de busca em uma residência localizada no Bairro Santo Antônio (Foto: Bruna Marques)

Terenos, município localizado a 31 quilômetros de Campo Grande, é o epicentro de uma nova operação contra fraudes em contratos públicos, deflagrada na manhã desta terça-feira (9) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Um dos principais alvos da ação é o prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB).

Prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB), de Terenos, é um dos alvos da operação deflagrada nesta terça-feira pelo Gaeco (Foto: Arquivo)

A ofensiva do Ministério Público inclui pelo menos 10 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. Os mandados são cumpridos em diversos endereços da cidade, incluindo a Prefeitura Municipal, residências de empresários e até um bar. Em Campo Grande, também houve cumprimento de mandado em uma casa no bairro Santo Antônio.

Prefeitura confirma ação, mas diz não ter sido informada

Em nota, a assessoria da Prefeitura de Terenos confirmou a presença de equipes do Gaeco no prédio público, mas alegou que o Executivo não foi oficialmente comunicado sobre o real motivo da ação. A administração declarou estar colaborando com as investigações, fornecendo documentos e informações que possam esclarecer os fatos.

Reincidência: operação ocorre um ano após a Velatus

A nova ação ocorre exatamente um ano após a Operação Velatus, realizada em agosto de 2024, que desarticulou um esquema de fraudes em licitações milionárias envolvendo empresas de fachada e servidores públicos.

Na época, o então secretário de Obras, Isaac Cardoso Bisneto, foi preso e apontado como elo entre o Executivo municipal e empresários beneficiados com contratos suspeitos. Ele foi solto em fevereiro de 2025, mas ainda responde ao processo.

As investigações revelaram que contratos eram assinados antes mesmo das empresas terem sede ou energia elétrica ligada, e que havia divisão prévia de obras entre os envolvidos. Transferências bancárias, mensagens e apreensões de valores em espécie reforçaram os indícios de corrupção.

MPC e TCE já haviam apontado fraudes em 2025

Em maio de 2025, o Ministério Público de Contas (MPC-MS) obteve junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) a suspensão de contratos firmados pela Prefeitura de Terenos, após identificar indícios de fraude em licitações. A medida bloqueou pagamentos e proibiu novos atos administrativos relacionados aos contratos sob suspeita.

Na ocasião, a Prefeitura se comprometeu a abrir sindicâncias internas para apurar as irregularidades, e afirmou que todos os contratos haviam sido aprovados pelos órgãos de fiscalização.

Prisões, apreensões e omissões

Até a publicação desta matéria, nenhum detalhe oficial havia sido divulgado sobre os nomes dos presos ou os bens e documentos apreendidos.

A investigação segue sob sigilo e é conduzida pelo Gaeco, em conjunto com o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e com apoio do Ministério Público Estadual.


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