SAÚDE REGIONAL
Novo modelo de financiamento fortalece hospitais e busca reduzir filas no SUS em MS
Governo estadual lança política que incentiva eficiência, regionalização e qualidade no atendimento hospitalar
08/09/2025
07:45
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Novo modelo de financiamento hospitalar do Governo de Mato Grosso do Sul combina repasses fixos e variáveis, fortalece a rede de atendimento e visa reduzir filas no SUS por meio da regionalização e eficiência assistencial.
Com foco na regionalização, resolutividade e no fortalecimento da rede pública de saúde, o Governo de Mato Grosso do Sul lançou um novo modelo de financiamento hospitalar: a PEHOSP (Política Estadual de Incentivo Financeiro Hospitalar). A medida vale para os anos de 2025 e 2026 e promete impulsionar o desempenho de hospitais locais, de apoio e regionais em todo o Estado.
A proposta combina repasse fixo, para garantir a manutenção de serviços essenciais como pronto atendimento, cirurgias, partos e leitos de UTI, com repasse variável, baseado na produtividade das unidades. O objetivo é proteger financeiramente os hospitais e, ao mesmo tempo, estimular a eficiência e o bom desempenho na prestação de serviços.
Além disso, a PEHOSP busca integrar os hospitais à lógica das Redes de Atenção à Saúde (RAS), respeitando a complexidade de cada serviço. Casos simples devem ser atendidos em unidades locais, evitando a sobrecarga dos hospitais de referência, que ficarão focados nos atendimentos de alta complexidade.
A nova política está alinhada a reformas em curso em grandes hospitais estaduais, como o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), que passará por uma reestruturação por meio de Parceria Público-Privada (PPP) com investimento de quase R$ 1 bilhão. A modernização inclui a ampliação de leitos, construção de novos blocos, automação da farmácia e adoção de soluções sustentáveis como energia solar e reuso de água.

Hospitais regionais em Dourados e Três Lagoas também fazem parte do plano de expansão e reorganização da rede.
Hospitais que aderirem à PEHOSP deverão atender a critérios como:
Funcionamento 24 horas por dia, todos os dias da semana
Equipes qualificadas
Prontuário eletrônico implantado ou com plano de implantação
Protocolos de segurança do paciente
Integração ao sistema estadual de regulação
O incentivo será dividido em duas modalidades:
Incentivo por Serviços (fixo): repasse mensal vinculado à manutenção de serviços estratégicos
Incentivo por Produção (variável): baseado no volume e na qualidade da produção hospitalar registrada nos sistemas do SUS
A adesão será feita por termo formal com metas assistenciais monitoradas. O não cumprimento dos critérios poderá levar à redução dos repasses.
Com a implementação da PEHOSP, o Estado espera:

Reduzir filas de espera para cirurgias e internações
Evitar deslocamentos desnecessários de pacientes
Fortalecer a contrarreferência, permitindo continuidade do tratamento próximo da residência do paciente
Liberar hospitais de alta complexidade para casos realmente necessários
A política é sustentada por um amplo arcabouço legal, incluindo leis e portarias federais e estaduais que definem regras de contratualização e organização hospitalar. Entre elas, estão a Lei Complementar nº 141/2012, a Portaria nº 1.721/2005 e a Resolução CIB/SES nº 598/2025.

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