A VERDADE POR TRÁS DAS MODINHAS
De trends passageiras a hábitos nocivos: como o viral esconde impactos reais na saúde, autoestima e consumo
Todo dia, uma nova tendência domina as redes sociais seja um doce, um look, um filtro ou um “lifestyle” fabricado. Mas por trás do hype, existe uma pressão silenciosa, que afeta a forma como vivemos, consumimos e nos enxergamos.
28/07/2025
12:00
REDAÇÃO
MARIA GORETI
o que parece apenas diversão ou estilo muitas vezes mascara padrões de comportamento, ansiedade por pertencimento e consumo automático. @REPRODUÇÃO
De uma hora pra outra, todo mundo está comendo o mesmo doce, usando a mesma roupa, ouvindo a mesma música ou fazendo o mesmo vídeo com a mesma dancinha. O nome disso? Modinha de rede social. Mas o que parece apenas uma onda divertida ou inofensiva esconde algo mais profundo e preocupante.
Nos últimos anos, vimos a ascensão meteórica de tendências como o “morango do amor”, o “café gelado no copo bonito”, o “corte do momento”, o “look clean girl”, o “chá em jejum”, o “filtro do rosto perfeito”, e até desafios alimentares ou estéticos potencialmente perigosos. E tudo isso vem embalado com filtros, likes, e a ilusão de que estar por dentro é estar bem.
O problema? Muitas dessas modinhas não nascem do desejo autêntico. Elas surgem do efeito manada: a tendência de repetir o que está em alta para não ficar de fora. É um reflexo da necessidade de pertencimento, da busca por validação e, muitas vezes, de lacunas emocionais que tentamos preencher com um novo item, um novo hábito ou mais curtidas.
As redes sociais, por meio dos algoritmos, aceleram esse ciclo. Elas entregam o que viraliza, repetem o que dá engajamento e silenciam o que não performa. O que é diferente, autêntico ou fora do padrão? Some do feed. Isso cria uma bolha de repetição onde a individualidade vai sendo diluída.
Além do impacto psicológico como ansiedade, comparação excessiva, baixa autoestima e FOMO (medo de estar perdendo algo) muitas modinhas têm consequências físicas. Desde dietas malucas e produtos “milagrosos” vendidos por influenciadores, até consumo excessivo de itens que ninguém realmente queria, mas todo mundo tem.
A questão central é: será que estamos escolhendo, ou estamos apenas imitando?
Não há mal em participar de uma trend. Mas é preciso consciência. Nem toda modinha é leve como parece muitas são armadilhas disfarçadas de estilo, que vendem uma promessa de felicidade, beleza ou pertencimento que não se sustenta.
Talvez seja hora de fazer uma pausa e perguntar: o que eu gosto de verdade? O que faz sentido pra mim? Porque no fim, mais importante que seguir o que está em alta é resgatar a autonomia de ser quem se é, mesmo fora da moda.
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