Campo Grande (MS), Domingo, 17 de Agosto de 2025

POLÍCIA/VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

“Me livrei de um problema”: Homem planejou por dois meses duplo feminicídio de esposa e bebê em Campo Grande

Vanessa Eugênia e a filha, Sophie, de apenas 10 meses, foram encontradas carbonizadas horas após serem assassinadas em casa. Companheiro e pai da criança confessou o crime e foi preso em flagrante.

27/05/2025

18:00

REDAÇÃO

João Augusto Borges estava planejando o crime a dois meses

Um crime cruel e premeditado chocou a cidade de Campo Grande (MS) nesta segunda-feira (26). Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e sua filha Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses, foram assassinadas dentro de casa e depois encontradas carbonizadas em uma área de mata no distrito de Indubrasil. O autor do crime é o próprio companheiro de Vanessa e pai da bebê, João Augusto Borges, de 21 anos, que confessou ter planejado os assassinatos por cerca de dois meses.

Vanessa e Sophie foram encontradas carbonizadas na noite de ontem (26) 

 

Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu por volta das 16h, no intervalo de almoço de João. Ele aplicou um mata-leão na companheira, imobilizou seus pés e, em seguida, estrangulou a filha, que havia sido deixada na cama com brinquedos.

“Total frieza. Ele chamou a esposa para conversar sobre o relacionamento, a imobilizou e a matou. Depois, matou a bebê com as próprias mãos”, relatou o delegado Rodolfo Daltro, da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Após o crime, João retornou ao trabalho normalmente, acreditando que o crime só seria descoberto dias depois. Às 19h, ele comprou R$ 16 em gasolina, voltou para casa, embrulhou os corpos em cobertores, colocou-os no porta-malas do carro e os levou até a região do Indubrasil, onde ateou fogo nas vítimas.

João foi preso em flagrante na manhã de terça-feira (27), ao tentar registrar um falso boletim de ocorrência na 6ª Delegacia de Polícia, alegando o desaparecimento da esposa e filha. Durante o interrogatório, ele confessou o crime e revelou um frio planejamento.

“Ele disse que ‘estava cansado’ do relacionamento e não queria pagar pensão. Mais tarde, tentou justificar que uma colega de trabalho o teria influenciado”, afirmou o delegado.

Imagens de câmeras de segurança e o próprio depoimento de João ajudaram a confirmar a sequência dos fatos. Além disso, testemunhas revelaram que o suspeito já falava em cometer o crime há dois meses, chegando a perguntar como poderia amarrar e queimar os corpos.

Corpos de Vanessa e Sophie foram encontrados carbonizados em área isolada e de difícil acesso no Indubrasil.

Comunidade em Choque:

Vizinhos do casal, no Bairro São Conrado, relataram à imprensa o choque diante do crime. “Eles eram muito discretos, nunca ouvimos brigas ou choros da criança”, disse uma vizinha que preferiu não se identificar.

“É apavorante. Nunca imaginamos que isso aconteceria tão perto da gente”, comentou Maria das Neves, 68 anos, moradora da região.

Outro morador expressou revolta: “Me indigna a falta de humanidade. Um homem desses tinha que ser colocado na rua para a população resolver.”

Brinquedos e cadeirinha de transporte da bebê Sophie ainda estavam no banco traseiro do carro de João, onde os corpos foram levados.

Família devastada:

A irmã da vítima, Wesla Kênia Lima Eugênia, de 27 anos, contou que Vanessa e a família estavam planejando a festa de aniversário de 1 ano de Sophie, com tema de Branca de Neve.

“Ela ia usar meu vestido de casamento para combinar com a roupinha da neném. Estava tudo encaminhado... é difícil de acreditar”, desabafou a madrinha da bebê, emocionada.

Nas redes sociais, João se apresentava como um pai amoroso, com fotos ao lado da filha e da esposa. A última postagem foi feita no dia 10 de fevereiro. O contraste entre a imagem pública e o crime brutal chocou ainda mais familiares e amigos.

Investigação:

A polícia segue reunindo provas, ouvindo testemunhas e analisando o comportamento do autor nos meses anteriores. João deve responder por duplo homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe, meio cruel e feminicídio.

 

 

 

 


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