O QUE O TEMPO ESCONDEU NO CAMINHO DO PEABIRÚ?
Série sobre Caminho do Peabiru estreia em Campo Grande e propõe reescrever a história das Américas
Série “O Legado que o Tempo Escondeu” propõe nova narrativa para a história da ocupação humana nas Américas, com uso de tecnologia de ponta e descobertas surpreendentes
23/05/2025
08:25
REDAÇÃO
@DIVULGAÇÃO
Na noite da última quarta-feira (21), mais de mil pessoas lotaram o Buffet Ondara Master, em Campo Grande (MS), para acompanhar o aguardado lançamento da série documental “Caminho do Peabiru – O Legado que o Tempo Escondeu”, produção do grupo Dakila Pesquisas, fundado pelo pesquisador e ufólogo Urandir Fernandes de Oliveira.
Com presença de autoridades, jornalistas, acadêmicos e representantes de diversas comunidades, o evento destacou o crescente interesse por uma das trilhas mais enigmáticas da América do Sul, cuja existência e importância podem mudar a história conhecida do continente.
Um caminho milenar que pode mudar a história
Com mais de 15 mil anos, segundo Urandir, o Caminho do Peabiru representa uma rede viária ancestral que teria conectado o Oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando o atual território do Brasil, Peru, Bolívia e Paraguai. A trilha, ainda pouco conhecida do grande público, é citada em registros históricos como “Caminho dos Incas”, “Estrada dos Jesuítas” e até como a mítica “rota para a Cidade Z”, associada a civilizações desaparecidas.
“Estamos redescobrindo um Brasil antes do Brasil. Uma estrutura de ocupação humana sofisticada, milenar, que desafia o que aprendemos nas escolas”, afirmou Urandir.
A trilha passa por estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e a Amazônia, e em muitos pontos ainda há vestígios físicos preservados, como estradas de pedras, túneis subterrâneos e antigas cidades soterradas.
37 anos de pesquisas e 27 cidades soterradas
As primeiras investigações sobre o Peabiru iniciaram em 1987. De lá para cá, a equipe da Dakila mapeou 27 sítios arqueológicos que indicam o uso intenso e organizado da trilha. Entre os achados estão pavimentações com engenharia avançada, inscrições rupestres, pegadas fossilizadas de grandes proporções e evidências de conhecimento astronômico e agrícola pré-colonial.
Um dos nomes associados ao caminho é o de São Tomé, figura lendária entre povos indígenas como um mestre vindo do leste, que teria ensinado ciências e construído trilhas que apontavam para o sol. A conexão com os mitos andinos do “Deus do Sol” fortalece a teoria de que o Peabiru era também uma rota espiritual e sagrada.
Tecnologia de ponta: revelações sob o solo
O diferencial das pesquisas recentes está no uso de tecnologia de última geração, como o LiDAR (detecção a laser capaz de penetrar vegetação densa) e o GPR (radar de penetração no solo). Esses instrumentos permitiram identificar caminhos ocultos, estruturas submersas e cidades inteiras soterradas por séculos.
“Com o LiDAR, conseguimos visualizar o que está sob a floresta. Com o GPR, lemos o subsolo até 100 metros de profundidade. Descobrimos trechos submersos entre São Paulo e Paraná, com mais de 20 km de estruturas ocultas”, explica Urandir.
Além disso, muitas das rodovias atuais foram construídas diretamente sobre o Peabiru, o que encobriu boa parte das estruturas originais. “Em vários locais é possível ver pedras antigas sob o asfalto moderno”, revela Fernanda Lima, diretora do projeto documental.
Da resistência acadêmica ao reconhecimento institucional
Mesmo com tantos dados, o trabalho enfrenta resistência de parte da comunidade acadêmica. Segundo Urandir, o desconforto ocorre porque as descobertas desafiam as narrativas históricas predominantes.
“Não pedimos verbas públicas. Trabalhamos com evidências, tecnologia e apoio de quem acredita nesse projeto. Hoje temos parcerias com prefeituras como Cananéia, São Vicente e o governo de São Paulo”, destaca.
O objetivo, segundo os pesquisadores, é integrar ciência, turismo e educação, promovendo um resgate histórico que também gere desenvolvimento econômico e social nas regiões por onde passa o Peabiru. Série documental: “O Legado que o Tempo Escondeu”
Dividida em quatro episódios, a série documental lançada no evento traz registros inéditos das expedições realizadas pela equipe de Dakila Pesquisas. São imagens de sítios arqueológicos, estruturas milenares, entrevistas com especialistas e cenas de trabalho de campo, que demonstram o esforço de documentar uma história apagada pelo tempo.
A produção será disponibilizada nas próximas semanas nas plataformas digitais de Dakila e em eventos itinerantes que devem percorrer o Brasil ao longo de 2025.
Fenômenos luminosos também fazem parte das investigações
Além das rotas ancestrais, Dakila também estuda fenômenos luminosos registrados no céu da região. Desde fevereiro, moradores de Corguinho e Campo Grande relataram luzes misteriosas, e a equipe vem coletando imagens e estimulando a população a registrar os eventos.
“Queremos ampliar o banco de dados e entender se há conexão entre esses fenômenos e os sítios históricos”, diz Fernanda Lima.
História, turismo e educação: o legado para o futuro
A série vai além do conteúdo científico: propõe um novo olhar para a história brasileira, muitas vezes contada apenas sob a ótica europeia. A ideia é que o Caminho do Peabiru seja reconhecido como patrimônio cultural e introduzido nos currículos escolares.
“Não se trata apenas de arqueologia. É identidade, memória e oportunidade. Queremos transformar esse conhecimento em algo vivo, que traga orgulho, renda e pertencimento às comunidades envolvidas”, conclui Fernanda.
Acompanhe o lançamento em: [@DakilaPesquisas]
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