Campo Grande (MS), Terça-feira, 15 de Abril de 2025

BATAGUASSU

Fábrica de celulose da Bracell será instalada em Bataguassu com investimento de R$ 16 bilhões

Unidade deve gerar até 12 mil empregos na construção e processar 12 milhões de m³ de eucalipto por ano

14/04/2025

13:00

REDAÇÃO

Eucaliptos plantados em Mato Grosso do Sul abastecem a unidade da Bracell localizada em Lençóis Paulista (SP).

A multinacional Bracell confirmou a instalação de uma fábrica de celulose no município de Bataguassu, em Mato Grosso do Sul, com investimento previsto de R$ 16 bilhões. O valor representa uma redução de 30% em relação aos R$ 23 bilhões inicialmente anunciados para uma unidade que seria construída em Água Clara, projeto agora descartado.

Os dados constam no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela empresa ao Governo do Estado e disponível para consulta pública. A nova planta industrial será instalada às margens da BR-267, a cerca de nove quilômetros da área urbana de Bataguassu e a quase quatro quilômetros do lago da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, de onde virá a água utilizada no processo industrial.

Captação e tratamento de água

A indústria deve consumir 11 milhões de litros de água por hora, captados do lago da usina. Desse total, aproximadamente 9 milhões de litros serão devolvidos ao reservatório após o uso e tratamento completo, conforme garantias da Bracell, que afirma que os efluentes terão impacto mínimo na qualidade da água.

Embora a data oficial para o início das obras ainda não tenha sido divulgada, o cronograma prevê 38 meses de construção, sendo quatro meses destinados à terraplenagem e os demais para a edificação da planta industrial.

Durante o pico das obras, serão gerados até 12 mil empregos, e aproximadamente 2 mil empregos diretos quando a fábrica estiver em operação. Está prevista ainda a construção de alojamentos para até 5 mil trabalhadores.

A nova unidade da Bracell deve processar, anualmente, cerca de 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto, provenientes de aproximadamente 300 mil hectares de florestas plantadas. Um terço dessa área já está em fase de crescimento em municípios como Santa Rita do Pardo, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu.

Apesar do corte no investimento, a capacidade de produção permanece robusta, com previsão de 2,9 milhões de toneladas de celulose por ano, podendo variar de acordo com a demanda do mercado. A unidade também poderá produzir celulose solúvel, como já ocorre na planta da empresa em Lençóis Paulista (SP). 

A fábrica também terá capacidade para gerar energia própria e um excedente que será injetado na rede elétrica da região, embora a quantidade de energia não tenha sido especificada no estudo. Para efeito comparativo, a planta da Arauco, em construção em Inocência (MS), deve gerar 400 MW, utilizando metade na produção e injetando o restante na rede.

A logística de escoamento da produção prevê o uso de rodovias como a MS-395 e a BR-158, até o terminal ferroviário de Aparecida do Taboado, de onde a celulose seguirá até o porto de Santos (SP). Estima-se que o novo fluxo representará 80 mil carretas adicionais por ano nas rodovias da região, que precisarão passar por obras de adequação e melhoria.

O Governo do Estado informou que o anúncio oficial do projeto prioritário será feito no dia 6 de maio, em conjunto com a empresa. A expectativa é de que as obras comecem em 2026.

“A empresa vai fazer uma nota oficial de prioridade no dia 6 de maio, quando estará com o Governo do Estado fazendo o anúncio efetivo de qual o projeto que irá iniciar. Pode ser uma, podem ser duas unidades, mas a prioridade será definida nessa data”, explicou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck.

Embora o governo mantenha certo suspense sobre a definição final, o projeto em Água Clara já é tratado como descartado. Segundo fontes do setor energético, nenhuma preparação foi feita pela Energisa para levar energia à região de Água Clara, ao contrário de Bataguassu, que já conta com planejamento há 18 meses.


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