Campo Grande (MS), Quarta-feira, 02 de Abril de 2025

POLÍCIA

Polícia Civil esclarece incêndio criminoso que resultou em três mortes em acampamento indígena em Dourados

01/04/2025

08:25

CAMPOGRANDENEWS

REDAÇÃO

(Foto: Leandro Holsbach)

A Polícia Civil de Dourados esclareceu, nesta terça-feira (1°), o incêndio criminoso que causou a morte de duas mulheres e uma criança no acampamento indígena Avae’te, localizado na cidade, a 251 km de Campo Grande. A tragédia ocorreu na madrugada de segunda-feira (31), quando as vítimas ficaram completamente carbonizadas.

De acordo com a investigação, a causa dos assassinatos foi uma desavença entre os envolvidos, que teria sido provocada pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. As vítimas foram identificadas como Janaína Benites Amarilha, 36 anos, Liria Isnarde Batista, 76, e uma criança de apenas 1 ano. A menina teria sido asfixiada por Oragilda, que depois ateou fogo no barraco usando líquido inflamável.

A principal suspeita do crime, Oragilda Batista Fernandes, 29 anos, foi presa nas proximidades do local e autuada em flagrante por triplo homicídio qualificado. Ela apresentava versões contraditórias sobre o ocorrido, mas uma testemunha a colocou na cena do crime. Além disso, Oragilda possuía queimaduras nos braços, o que reforçou as suspeitas de sua participação no incêndio. Com ela, foi encontrada uma caixa de fósforos, o que corroborou a teoria da polícia de que a mulher havia ateado fogo no barraco de forma proposital.

Segundo a polícia, Oragilda era amiga de Liria e Janaína, e as três estavam consumindo bebidas alcoólicas juntas desde a noite de domingo (30). Durante a madrugada, um desentendimento entre Oragilda e Liria teria escalado para a agressão física, quando Oragilda golpeou Liria com um pedaço de concreto. Em seguida, a criança foi asfixiada e, para encobrir o crime, Oragilda incendiou o barraco, que foi consumido pelas chamas.

A Polícia Civil também descartou qualquer ligação do incêndio com o conflito por terra na região, como haviam sugerido algumas organizações não-governamentais (ONGs) e autoridades federais, incluindo o Ministério dos Direitos Humanos e a deputada indígena Célia Xakriabá. A versão inicial de que homens armados teriam invadido o acampamento foi retirada após a investigação apontar que o caso se tratava de um crime motivado por desentendimento pessoal entre as próprias vítimas e a suspeita.

Barraco queimado e corpos cabonizados entre as cinzas @Leandro Holsbach

O caso segue sob investigação, com Oragilda presa e aguardando os próximos passos legais. A polícia destacou a importância de esclarecer o crime rapidamente para evitar desinformação e especulações sobre a causa da tragédia.

 

 


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