ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Gleice enaltece mulheres e critica deputados do PL contra moção à Marina Silva
26/03/2025
11:55
ASSECOM
Deputada Gleice Jane fez moção à Marina Silva, que ouviu de senador amazonense como pôde ouvi-la sem enforcá-la @Luciana Nassar
Em apoio à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) aprovou, por maioria, uma moção em virtude aos ataques sofridos durante o evento realizado na Fecomércio do Amazonas. A iniciativa foi da deputada Gleice Jane, líder do Partido dos Trabalhadores na Casa de Leis, que subiu à tribuna nesta quarta-feira (26) para criticar os votos contrários emitidos pelos membros do Partido Liberal (PL), deputados João Henrique, Coronel David e Neno Razuk.
“A moção faz referência à ministra Marina, que nessa semana teve sua existência questionada em evento pelo senador Plínio Valério [PSDB/AM], que disse que não sabe como conseguiu ouvi-la por tanto tempo sem enforcá-la. A fala foi extremamente violenta e reflete o pensamento de como se tratam as mulheres. Aprovar a moção foi fundamental para dizer que elas estão em todos os lugares. Somos violentadas recorrentemente e, às vezes, as mulheres nem sabem que estão sofrendo violência de gênero, por isso é importante falar e não tolerar em qualquer circunstância”, explicou a deputada.
Gleice Jane criticou os votos contrários e disse que representam um pensamento ideológico. “Quero fazer o registro sim de que o PL votou contra o apoio à uma mulher que foi vítima da violência política de gênero. É importante, porque as violências também são ideológicas, no sentido de que para alguma parte da política, em especial à extrema-direita, nós mulheres não podemos e não devemos ocupar espaços como o da política. E para nós, que estamos nesses espaços, a gente enfrenta isso com certa frequência. É comum ter o direito de fala negado. É normal negar a existência. É normal, às vezes, ter que falar mais alto e brigar para ocupar espaço que aos homens são comuns, porque a política não foi um local feito para as mulheres. Passamos a enfrentar esse processo coletivamente: primeiro pelo direito ao voto e a ser votada, pelo direito a ter cotas no processo eleitoral e hoje lutamos para que tenhamos espaços iguais. Agora estamos lutando por salários iguais a funções iguais entre mulheres e homens também”, destacou.
Ela completou que quando se demonstra a ideologia com os votos contra, o PL manifesta como pensa também ideologicamente quanto ao enfrentamento às violências contra às mulheres. “Inclusive registro que esse partido trouxe manifestações transfóbicas, recentemente, questionando a presença de mulheres trans dentro das escolas. Isso não é isolado, é uma política ideológica que temos que enfrentar para garantir a presença das mulheres em todos os espaços, para conseguir garantir respeito à nossa existência, pois tentam nos calar a todo o momento”, disse a deputada relembrando a ex-prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Oliveira Folador, assassinada com dez tiros em 1999 por um então funcionário da prefeitura. “Assim foi com Mariele Franco e tantas outras mortas porque falavam. Nós não vamos nos calar”, finalizou.
Moção na íntegra pelo Sistema Legislativo clicando aqui.
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