ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Da Solidão à Integração: O Papel do MS na Conexão com Jujuy e a América Latina
21/02/2025
10:10
ASSECOM
Representantes do Brasil, Argentina e Chile reunidos para ampliar as conexões econômicas e culturais pela Rota Bioceânica. @D. Pitti
A América Latina sempre oscilou entre a promessa de integração e os desafios do isolamento. Gabriel García Márquez, em Cem Anos de Solidão, imortalizou essa realidade ao narrar a história da fictícia Macondo, uma cidade que, apesar de suas riquezas e complexidade, permaneceu desconectada do mundo exterior. Essa mesma trajetória se reflete na história da região, onde projetos de desenvolvimento muitas vezes foram interrompidos por instabilidades políticas e econômicas.
No século XXI, porém, a Rota Bioceânica surge como um divisor de águas. Com 3.250 km de extensão, esse corredor logístico que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile não apenas encurta distâncias físicas, mas também fortalece laços econômicos e culturais. Mato Grosso do Sul, posicionado estrategicamente no coração desse trajeto, desempenha um papel central na construção dessa nova realidade, e o deputado estadual Renato Câmara tem se destacado como um dos articuladores dessa integração.
No último dia 19 de fevereiro de 2025, um encontro promovido por Renato Câmara entre a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDLMS) e uma delegação da província de Jujuy, Argentina, reforçou esse compromisso. Como presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Varejo e Comércio de Serviços de MS, o deputado tem sido um defensor ativo da ampliação dos laços comerciais e culturais com os vizinhos sul-americanos, reconhecendo o potencial da Rota Bioceânica para transformar o cenário econômico da região.
A presidente da FCDLMS, Dra. Inês Santiago, destacou que as discussões sobre essa integração não são recentes. Desde 2019, as potencialidades desse corredor logístico vêm sendo exploradas. No entanto, a grande missão atual é sair do papel e viabilizar, na prática, oportunidades concretas para os comerciantes sul-mato-grossenses.
Um dos principais desafios abordados na reunião foi a conectividade entre Campo Grande e Jujuy. Hoje, a viagem entre as duas cidades pode levar até 17 horas por via terrestre, um tempo que poderia ser reduzido para apenas duas horas com a implementação de voos diretos. Essa mudança não apenas ampliaria as possibilidades de negócios e turismo, mas também reduziria custos operacionais para empresas de ambos os países. Dados de 2023 já indicam uma forte demanda por essa conexão, com cerca de 7 mil passageiros viajando entre Chile, Argentina e Mato Grosso do Sul.
O diretor do Aeroporto Internacional de Campo Grande, Usiel Paulo Vieira, enfatizou que a modernização da infraestrutura aeroportuária será essencial para consolidar essa nova dinâmica regional. Com um investimento previsto de R$ 510 milhões para os aeroportos de Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá nos próximos dois anos, além da destinação de 200 hectares para exploração logística, o estado se prepara para ser um ponto de convergência nesse fluxo crescente.
Para Renato Câmara, essa integração precisa ir além das grandes corporações e beneficiar também os pequenos e médios empreendedores, garantindo que a Rota Bioceânica seja uma ferramenta de desenvolvimento inclusivo. "É essencial entender as potencialidades regionais e criar oportunidades que atendam às demandas dos nossos comerciantes e prestadores de serviço", destacou o deputado.
O presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, reforçou que os próximos dois anos serão decisivos para transformar esse projeto em realidade. Segundo ele, é necessário buscar parcerias no Chile e na Argentina para atrair empresas aéreas interessadas em operar na região. Além disso, setores estratégicos, como bares e restaurantes de Jujuy e Itaparacá, podem desempenhar um papel fundamental na construção de um ecossistema econômico integrado.
Como resultado do encontro, um Termo de Integração e Cooperação Mútua foi assinado entre a FCDLMS e os representantes de Jujuy, estabelecendo um compromisso de colaboração contínua para fortalecer o comércio entre as regiões. Um grupo de trabalho foi formado para acompanhar as ações da Rota Bioceânica, envolvendo setores como turismo, cultura, comércio, agropecuária e indústria.
Mais do que um projeto de infraestrutura, a Rota Bioceânica representa uma revolução na forma como os países sul-americanos se relacionam. Ao reduzir distâncias e ampliar horizontes, essa iniciativa constrói não apenas estradas, mas também pontes entre economias e culturas. Com lideranças como Renato Câmara à frente desse movimento, Mato Grosso do Sul reafirma seu papel como protagonista de uma América Latina mais conectada, próspera e integrada.
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