Campo Grande (MS), Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025

CONSUMIDOR / MP ACIONA WEPINK NA JUSTIÇA

Ministério Público de Goiás entra com ação contra empresa de Virginia Fonseca por práticas abusivas

Influencer e sócios da marca de cosméticos são acusados de enganar consumidores e vender produtos fora de estoque

10/10/2025

13:00

REDAÇÃO

Virginia Fonseca é sócia da WePink, empresa alvo de ação do MP-GO por práticas abusivas contra consumidores (Foto: Reprodução)

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ajuizou uma Ação Civil Pública com pedido de tutela de urgência contra a empresa de cosméticos WePink, da influenciadora digital Virginia Fonseca, por práticas abusivas contra os consumidores. A ação foi movida após uma série de denúncias que apontam falhas graves na operação da marca, incluindo não entrega de produtos, publicidade enganosa e dificuldade de reembolso.

Segundo o MP, a WePink acumulou mais de 94 mil reclamações no site Reclame Aqui nos últimos 12 meses e 340 denúncias formais no Procon Goiás entre 2024 e 2025. A empresa é acusada de seis práticas abusivas principais:

  • Falta de entrega de produtos: milhares de consumidores pagaram e não receberam os itens, mesmo após meses de espera;

  • Atrasos nas entregas: prazos ultrapassando até sete meses;

  • Dificuldade de reembolso: resistência em devolver os valores pagos;

  • Atendimento deficiente: uso excessivo de atendimento automatizado e ineficaz;

  • Exclusão de críticas: remoção sistemática de comentários negativos nas redes sociais;

  • Produtos com defeito: relatos de itens vencidos, danificados ou diferentes do anunciado.

A situação se agravou após uma transmissão ao vivo em que Thiago Stabile, um dos sócios da WePink, admitiu publicamente que a empresa vendeu cosméticos sem tê-los em estoque.

“A gente saltou de 200 mil faturamentos por mês para 400 mil. Tivemos um problema de abastecimento porque crescemos muito rápido. Algumas vezes, sim, a demora aconteceu porque as matérias-primas acabaram”, disse o empresário em live reproduzida por consumidores nas redes sociais.

Para o MP, a fala comprova que a empresa continuou com a estratégia de vendas promocionais, mesmo ciente de que não conseguiria cumprir os prazos prometidos, caracterizando má-fé contratual e publicidade enganosa.

A ação, assinada pelo promotor Élvio Vicente da Silva, pede:

  • Entrega imediata de todos os produtos pagos e não entregues;

  • Suspensão das lives promocionais da marca até a regularização das pendências;

  • Criação de um canal de atendimento humano, com resposta em até 24 horas;

  • Implantação de um sistema facilitado para cancelamento e reembolso, com devolução em até 7 dias;

  • Multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento;

  • Pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 5 milhões, a ser destinado ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor (FEDC);

  • Condenação dos sócios a responderem pessoal e solidariamente pelas infrações.

O MP também destaca o uso de estratégias de marketing que exploram a vulnerabilidade emocional dos consumidores, como as chamadas “ofertas-relâmpago”, que induziriam a compra impulsiva.

Até o momento, Virginia Fonseca e a WePink não se pronunciaram oficialmente sobre a ação. O jornal Estadão, que revelou o caso, informou que procurou a assessoria da influenciadora e da empresa, mas não obteve resposta até a publicação.

 


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal Correio MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: