Durante o Outubro Rosa, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) se une à campanha nacional de conscientização sobre o câncer de mama, reforçando que a informação e o diagnóstico precoce são as maiores armas contra a doença.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres no Brasil, depois dos tumores de pele não melanoma. Em 2025, a estimativa é de mais de 73 mil novos casos, com mais de 20 mil mortes registradas em 2023.

O levantamento “Controle do Câncer de Mama no Brasil: Dados e Números 2025”, elaborado pelo Inca e Ministério da Saúde, revela que 4,4 milhões de mamografias foram realizadas pelo SUS em 2024, sendo 2,6 milhões na faixa etária prioritária (50 a 74 anos). Também foi registrada redução na mortalidade de mulheres de 40 a 49 anos — resultado da detecção precoce e do acesso ao tratamento.

Em Mato Grosso do Sul, a Lei Estadual 4.541/2014, de autoria dos deputados Zé Teixeira (PL), Mara Caseiro (PSDB) e da ex-deputada Dione Hashioka, instituiu o Outubro Rosa no calendário oficial do estado.

“A legislação foi criada para estimular campanhas públicas de conscientização e integrar esforços entre órgãos e entidades”, explica Mara Caseiro

“O Outubro Rosa também é uma oportunidade de envolver estudantes e instituições em projetos sociais. É um olhar coletivo de cuidado e solidariedade”, complementa Zé Teixeira.

Informação e cuidado: pilares da prevenção

O câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada de células na mama, podendo atingir outros órgãos. Quando descoberto cedo, a maioria dos casos tem cura. O SUS oferece tratamento completo, com prazo de início garantido por lei de até 60 dias após o diagnóstico.

Em Campo Grande, a Associação Amor em Rede atua desde 2023 na Santa Casa, oferecendo apoio social e emocional a pacientes oncológicos. Para a presidente da entidade, Jussimara Mota, o cuidado deve ser constante:

“O Outubro Rosa precisa durar o ano inteiro. Conhecer o próprio corpo, fazer os exames preventivos e buscar atendimento médico são formas de amor-próprio”, afirma.

Ela também lembra que o impacto do câncer vai além do físico:

“A mama representa muito para a mulher. Muitas enfrentam traumas emocionais e precisam de apoio psicológico. A solidariedade é parte essencial do tratamento.”

Histórias de superação

A professora doutora Érika Kaneta Ferri, pró-reitora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), descobriu a doença em 2023 após sentir um nódulo. O diagnóstico precoce foi decisivo.

“Fiz três cirurgias e sigo em tratamento. A experiência me mostrou o valor da vida e da rede de apoio que me cercou. Digo a todas: se cuidem, se observem. Amor próprio salva vidas.”

Já a servidora pública Telma Regina Justi, 57 anos, enfrentou o câncer de tireoide antes de receber o diagnóstico de câncer de mama. Após exames genéticos, optou por mastectomia total em 2021.

“Foi difícil, mas necessário. Hoje incentivo outras mulheres a não adiarem seus exames. A prevenção é um gesto de amor”, relata.

A influenciadora Eliza Montes (@elizamontesoficial), 42 anos, descobriu o câncer já em estágio avançado. Mesmo com metástase, ela segue em tratamento e usa sua visibilidade para conscientizar:

“O diagnóstico precoce salva vidas. Divulgar informações, incentivar exames e cobrar direitos são atos de responsabilidade e amor.”

A ciência reforça a prevenção

O médico Fabricio Colacino, doutor em Medicina Oncológica e Ginecológica pela Unifesp, lembra que a mamografia a partir dos 40 anos é essencial:

“O índice de cura pode ultrapassar 90% quando o câncer é descoberto cedo. É menos sofrimento e mais qualidade de vida.”

Durante todo o mês de outubro, a Assembleia Legislativa reforça seu compromisso com ações de sensibilização e apoio à prevenção do câncer de mama. Falar sobre o tema é salvar vidas.