Campo Grande (MS), Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025

FEMINICÍDIO

Terceira mulher é brutalmente assassinada em Mato Grosso do Sul em 2025

19/02/2025

17:00

REDAÇÃO

O assassinato de Juliana Domingues, a golpes de foice, marca o terceiro feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025, evidenciando a crescente violência contra as mulheres no estado.

Mato Grosso do Sul registra a terceira vítima de feminicídio neste ano, em um crime que chocou a comunidade de Dourados. Juliana Domingues, de 30 anos, foi brutalmente assassinada a golpes de foice na noite desta terça-feira (19) na Aldeia Nhu Porã, localizada às margens da BR-163, em Dourados. O crime ocorreu em frente ao filho do casal, de apenas 8 anos, que presenciou a morte da mãe. O boletim de ocorrência informou que os ferimentos de Juliana se concentraram principalmente na cabeça.

A foice utilizada no crime foi encontrada ao lado do corpo, ainda suja de sangue. Perto da vítima, estavam também um celular e um facão, que provavelmente foram usados por Juliana na tentativa de se defender do agressor, identificado como Wilson Garcia.

De acordo com a irmã de Juliana, o casal havia discutido durante toda a tarde, mas o motivo da briga ainda não foi esclarecido. O filho do casal foi quem relatou à tia os detalhes do assassinato, narrando a violência que presenciou. A polícia acredita que o agressor, Wilson, fugiu após o crime, levando seus documentos e os dos filhos, com a intenção de dificultar sua identificação.

Foice usada no crime 

O assassinato de Juliana marca o terceiro feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025. Todos os casos ocorreram durante o mês de fevereiro e expõem um preocupante aumento da violência contra mulheres no estado. A morte de Juliana é uma tragédia que evidencia a necessidade urgente de mais medidas de proteção e de combate à violência doméstica, além de reforçar o debate sobre os protocolos de atendimento às vítimas.

Aumento dos feminicídios em MS

Em 2025, Mato Grosso do Sul já conta com três vítimas de feminicídio, todas assassinadas de forma brutal. Este aumento no número de feminicídios reflete uma realidade alarmante de violência crescente contra a mulher, especialmente no contexto de relações abusivas e de risco, como no caso de Juliana Domingues. O caso também revela a importância de uma resposta mais eficiente e rápida das autoridades, desde o atendimento nas delegacias até a efetiva aplicação das medidas protetivas e acompanhamento psicológico das vítimas.

Em apenas duas semanas de fevereiro, o estado já registrou uma série de feminicídios: a primeira vítima foi uma mulher assassinada com um tiro na cabeça disparado por seu ex-companheiro, enquanto uma amiga também morreu no mesmo ataque. O assassino se matou em seguida. Outro caso, ocorrido na mesma semana, envolveu o assassinato de uma mulher a facadas, após ela registrar ocorrência contra o ex-noivo.

Vítima de feminicídio em Caarapó, Karina Corim

O aumento dos feminicídios em Mato Grosso do Sul é um reflexo alarmante da violência contra as mulheres no estado, e levanta questões urgentes sobre a segurança e proteção das vítimas de violência doméstica. É imprescindível que o sistema de atendimento à mulher seja aprimorado e que as políticas públicas de prevenção à violência sejam intensificadas.

Reuniões e medidas após o caso de Vanessa Ricarte

Após o assassinato de Vanessa Ricarte, que também gerou um grande movimento de indignação, as autoridades políticas de Mato Grosso do Sul, incluindo o governador e representantes do governo, realizaram reuniões para apurar os casos e implementar medidas eficazes no combate à violência doméstica e ao feminicídio. A visita da Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, à capital Campo Grande foi parte de um esforço para revisar os protocolos de atendimento às vítimas de violência e implementar novos sistemas de proteção.

Durante as discussões, ficou claro que um sistema de atendimento mais eficiente e humanizado é essencial, e foi destacado que a criação de um grupo de trabalho, envolvendo a Polícia Civil, a Defensoria Pública, o Ministério Público, e outras autoridades, seria crucial para revisar os fluxos de atendimento e garantir que os serviços de proteção à mulher estivessem mais integrados.

Reunião entre os Três Poderes de Mato Grosso do Sul discute medidas de combate ao feminicídio e proteção às vítimas de violência doméstica, em resposta aos alarmantes casos registrados no estado

Medidas Tomadas pelo Governo

Dentre as medidas adotadas após o aumento alarmante dos casos de feminicídios no estado, a implementação de novos protocolos de segurança, incluindo escoltas obrigatórias para mulheres em situação de risco, foi uma das principais ações discutidas. Além disso, uma ênfase maior na aplicação de medidas protetivas e o fortalecimento da Patrulha Maria da Penha foram destacados como pontos essenciais na luta pela segurança das mulheres.

Em entrevista, o Governador Eduardo Riedel e a Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, expõem medidas para fortalecer o combate ao feminicídio e aprimorar a proteção às vítimas de violência doméstica em Mato Grosso do Sul

O governo também anunciou o aumento do número de abrigos temporários e o fortalecimento dos serviços psicológicos às vítimas de violência. A capacitação das forças de segurança e dos profissionais que atendem as vítimas de violência, com foco na empatia e no apoio psicológico, será intensificada.

A luta contra o feminicídio e a violência doméstica é uma causa urgente que exige a ação de todos. A sociedade, as autoridades e as instituições devem se unir para fortalecer as redes de proteção à mulher, garantindo que tragédias como a de Juliana Domingues, Vanessa Ricarte e tantas outras não se repitam. O aumento dos feminicídios em Mato Grosso do Sul exige uma resposta firme e coordenada, com ações concretas que assegurem a segurança e o bem-estar das mulheres no estado. A luta pela justiça e pela segurança das mulheres precisa ser prioridade em todas as esferas da sociedade.


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