Na noite deste domingo (16), autoridades do Governo de Mato Grosso do Sul, incluindo o governador Eduardo Riedel, secretários de Estado e representantes do Judiciário e do Ministério Público, se reuniram na Governadoria para discutir estratégias de enfrentamento à crescente violência contra a mulher no Estado. A reunião foi marcada pela urgência de ações concretas para combater o feminicídio e outras formas de violência de gênero.

“Reunião importante diante de tudo o que aconteceu e vem acontecendo, não só no Estado, mas no Brasil e no mundo, com relação à violência contra as mulheres. Discutimos ações que precisam ser modificadas e implementadas para minimizar isso, uma angústia da nossa sociedade", disse o governador Eduardo Riedel ao abrir a reunião.

Durante o encontro, Riedel destacou o crescimento alarmante da violência no Estado. Apenas em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira, uma das principais instituições de apoio, concedeu mais de 5 mil medidas protetivas de urgência em 2024. Em todo o Mato Grosso do Sul, o número total de medidas protetivas passou de 13 mil, o que significa uma medida a cada 40 minutos. Apesar disso, o governador enfatizou que os casos de feminicídio e tentativas de feminicídio continuam ocorrendo, revelando a ineficácia do sistema de proteção atual.

"Mas a gente não tem tido o êxito necessário, pois os casos [de feminicídio e tentativa de feminicídio] continuam acontecendo. Essa é minha angústia e demanda para que todos se mobilizem em torno de ações concretas, que gerem resultados e barrem esse tipo de ação com a frequência que tem tido dentro de Mato Grosso do Sul", afirmou Riedel, destacando a necessidade urgente de mudanças.

Expansão da Casa da Mulher Brasileira e mudanças no modelo de trabalho

A Casa da Mulher Brasileira, que desempenha um papel fundamental no acolhimento de vítimas de violência, está ativa em Campo Grande e com unidades em construção em Ponta Porã, Dourados e Corumbá. Riedel ressaltou que, após o encontro, o Governo do Estado buscará implementar mudanças no modelo de trabalho da Casa da Mulher Brasileira, para garantir maior efetividade no combate à violência. Ele também mencionou a importância de integrar novas tecnologias nos processos, visando otimizar a resposta do sistema de proteção.

“Nessa década de atividade, foram 80 mil boletins de ocorrência gerados ali, então a gente tem que dar sequência nesse trabalho, fortalecendo a resposta que esse equipamento pode dar para a sociedade sul-mato-grossense”, finalizou o governador.

A reunião foi um marco para alinhar esforços entre diversas esferas do poder público. Participaram do encontro os secretários Viviane Luiza (Cidadania), Antonio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública), Patrícia Cozzolino (Assistência Social e Direitos Humanos), Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica), além da subsecretária Manuela Bailosa (Políticas Públicas para Mulheres). O delegado-geral da Polícia Civil, Lupérsio Degerone, também esteve presente, junto ao presidente do Tribunal de Justiça de MS, desembargador Dorival Renato Pavan, à desembargadora Jaceguara Dantas Da Silva, líder da campanha #TodasPorElas, e ao procurador-geral de Justiça, Romão Avilla Milhan Junior.

A urgência de ações concretas

Embora o encontro tenha sido importante para reunir as autoridades e discutir a problemática da violência contra a mulher, o governador e os secretários enfatizaram que mudanças reais são necessárias e urgentes. A violência contra a mulher em Mato Grosso do Sul segue sendo um problema complexo, que exige uma resposta mais eficiente por parte do poder público.

O Governo de Mato Grosso do Sul segue em busca de soluções que garantam a segurança das mulheres e a redução do número de feminicídios, a partir de um modelo de atuação mais eficaz, alinhado com as demandas da sociedade e das vítimas.