Campo Grande (MS), Terça-feira, 26 de Agosto de 2025

Em entrevista, ex-médico diz que usava disfarce no Paraguai

21/08/2014

07:40

CMS

'N�o sa�a de casa sem a peruca', afirmou Roger Abdelmassih para r�dio.Ele chegou a SP nesta quarta e foi levado para pris�o no interior do Estado.



O ex-m�dico Roger Abdelmassih, preso na ter�a-feira (19/8) em Assun��o, no Paraguai, confirmou que usava disfarce durante o tempo que ficou no Paraguai para que n�o fosse reconhecido. A revela��o foi feita em entrevista � R�dio Estad�o, informa o Bom Dia S�o Paulo. Ele foi trazido a S�o Paulo nesta quarta-feira (20/8).

O ex-m�dico confirmou que no Paraguai usava disfarce para n�o ser reconhecido. "Eu n�o sa�a de casa sem a peruca, ent�o, e um �culos. Quer dizer, eu ficava diferente do que eu era�, contou.

No come�o da noite desta quarta-feira, Roger Abdelmassih chegou � Penitenci�ria 2 de Trememb�, no interior de S�o Paulo. De acordo com a Secretaria da Administra��o Penitenci�ria (SAP), Abdelmassih deu entrada no pres�dio �s 18h45. "Ressaltamos que ele j� esteve na mesma unidade de agosto a dezembro de 2009", informa nota.

Chegada a SP


Quando saiu da delegacia em Foz do Igua�u, no Paran�, Roger Abdelmassih, respondeu se estava arrependido. �Se eu cometi erro, l�gico. Se n�o cometi, n�o�, declarou.

Antes das 15h, o avi�o da Pol�cia Federal aterrissou em S�o Paulo. No sagu�o do Aeroporto de Congonhas, v�timas esperavam emocionadas. �Borracha a gente n�o vai passar nunca nessa hist�ria, a gente vai ficar sempre marcada, mas gente pede agora que a justi�a seja feita�, disse a empres�ria Ivanilde Serebrenic.

Com um colete � prova de balas e escoltado pelos policiais, o ex-m�dico foi hostilizado durante todo o tempo. Depois de entrar no pa�s, Roger Abdelmassih foi entregue pela Pol�cia Federal � Pol�cia Civil. E na delegacia do aeroporto foi registrado um boletim de ocorr�ncia de captura e o ex-m�dico passou por exame de corpo de delito para oficializar sua pris�o. S� no momento de colher as impress�es digitais, Roger Abdelmassih tirou as algemas.

Durante a conversa com os policiais, o ex-m�dico chorou ao ser perguntado pela pol�cia se tem filhos, segundo o delegado Osvaldo Nico Gon�alves.

'Bem-vindo ao inferno'

Al�m de an�nimos, cinco representantes da associa��o de v�timas aguardavam desde o come�o da tarde a chegada do prisioneiro. "Vim dar boas vindas ao inferno. Ele disse uma vez que ele era o Deus aqui na terra. E agora para onde ele vai � o inferno. Ele n�o � Deus l� n�o", disse Vanuzia Leite Lopes, criadora do grupo.

As v�timas e curiosos aguardaram perto da delegacia da Pol�cia Civil em Congonhas. Um cord�o de isolamento foi montado para deixar um corredor livre para a passagem do preso. Algumas subiram em cadeiras para ver a passagem do ex-m�dico e acompanhar a movimenta��o policial.

Abdelmassih chegou a S�o Paulo escoltado pela Pol�cia Federal desde Foz do Igua�u, no Paran�. Ainda por volta das 16h30, ele passava por exame de corpo de delito por peritos do Instituto M�dico Legal (IML) no pr�prio aeroporto. Depois, seguir� para o pres�dio de Trememb�, no interior do estado.


Algemado, ex-m�dico chega a SP (Foto: William Volcov/Brazil Photo Press/Estad�o Conte�do)


Condenado em 2010 a 278 anos de pris�o por 48 ataques a 37 mulheres entre 1995 e 2008, o ex-m�dico foi preso na ter�a (19) no Paraguai, por agentes ligados � Secretaria Nacional de Antidrogas do governo paraguaio com apoio da Pol�cia Federal brasileira.

O ex-m�dico era considerado um dos principais especialista em reprodu��o humana no Brasil. Ap�s sua condena��o e fuga, passou a ser um dos criminosos mais procurados pela Pol�cia Civil do estado de S�o Paulo. Ele ficou tr�s anos foragido. A recompensa por informa��es sobre seu paradeiro era de R$ 10 mil.

A Pol�cia Civil de S�o Paulo pretende interroga-lo sobre mais 26 ex-pacientes que o acusam de estupro. Al�m disso, a 1� Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), na capital paulista, quer ouvi-lo sobre crimes envolvendo manipula��o gen�tica irregular que ele teria cometido. Quatro pacientes relatam ter tido problemas na gesta��o ou m�-forma��o dos filhos ap�s se submeterem a tratamento na cl�nica que ele mantinha.

V�timas aguardam chegada do ex-m�dico no aeroporto de Congonhas (Foto: L�via Machado/G1)


�Com a vinda dele [Roger] ao estado de S�o Paulo, agora irei pedir a Justi�a para ouvi-lo no inqu�rito no qual � investigado por suspeita de mais 26 estupros consumados ou n�o�, disse a delegada Celi Paulino Carlota, titular da 1 DDM.

Al�m disso, o ex-m�dico � investigado por crimes previstos na Lei 11.105 de 2005 de Bioseguran�a. �Quatro dessas mulheres, ex-pacientes, relataram problemas. Uma teve um filho com s�ndrome de Edwards [que causa m�-forma��o no cora��o, cabe�a e p�s], outra com s�ndrome de Down, e duas contaram sobre abortos�, afirmou Celi. �Coisas graves como abortos em s�rie e feto que morreu e a mulher viveu meses com ele na barriga sem que o ent�o m�dico quisesse retirar�, conta a delegada.

Esse � o segundo inqu�rito por estupro que Roger responde na DDM em S�o Paulo. O primeiro, que apurava tamb�m atos libidinosos, resultou na condena��o dele na Justi�a em 2010 a uma pena de 278 anos de pris�o por 48 ataques a 37 mulheres entre 1995 e 2008. Todos os inqu�ritos est�o sob segredo judicial para preservar a identidade das v�timas.

M�dico alegava inoc�ncia

O ex-m�dico sempre alegou inoc�ncia. Chegou a dizer que s� �beijava� o rosto das pacientes e vinha sendo atacado por um "movimento de ressentimentos vingativos". Mas, em geral, as mulheres o acusaram de tentar beij�-las na boca ou acarici�-las quando estavam sozinhas - sem o marido ou a enfermeira presente.

Algumas disseram ter sido molestadas ap�s a seda��o. De acordo com a acusa��o, parte dos 8 mil beb�s concebidos na cl�nica de fertiliza��o tamb�m n�o seriam filhos biol�gicos de quem fez o tratamento.

Em nota, os advogados M�rcio Thomaz Bastos e Jos� Luis Oliveira Lima afirmaram que a defesa "aguarda o julgamento da apela��o interposta perante o Tribunal de Justi�a do Estado de S�o Paulo" contra a decis�o que o condenou.

A defesa alega que, por isso, a senten�a n�o transitou em julgado. "No tocante a sua pris�o, a defesa n�o ir� se manifestar", informaram em nota.


Do G1 S�o Paulo/J>CMS

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