O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), demonstrou irritação ao ser questionado na manhã desta quinta-feira (27) sobre o relatório da Controladoria Geral da União (CGU) que apontou prejuízo de pelo menos R$ 6,8 milhões na tentativa de implantar a informatização do sistema de saúde, chamado de “Gisa”.
Questionado sobre o empurra-empurra em torno da questão que envolve possibilidade de um prejuízo milionário para os cofres públicos, o prefeito disse que falaria sobre qualquer outra coisa, menos do Gisa, por que não tem informação. Segundo o prefeito, o assunto é tratado por uma comissão.
Procurado pela reportagem, o procurador do Município, Fábio Castro, responsável pela comissão de Olarte, disse que o sistema do Gisa teve um sério dano após a eleição de 2012 em que o ex-prefeito, Alcides Bernal (PP), assumiu a prefeitura da cidade. De acordo com Leandro, quando houve a mudança na administração de Campo Grande, o então prefeito Bernal interrompeu a instalação do serviço e com isso houve um dano no andamento do processo.
A acusação foi rechaçada por Alcides Bernal, que alega ter interrompido a implantação por conta de graves problemas no sistema. “A equipe constatou que não havia como funcionar e não há como da continuidade a uma ação que nunca vai funcionar... Não tentamos continuar com nada porque era um problema seriíssimo. A questão do Gisa é um caso de polícia”, analisou.
O Caso
A auditoria feita pela CGU (Controladoria-Geral da União), por solicitação do Ministério Público Federal (MPF), constatou que o convênio feito pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, na gestão de Nelsinho Trad (PMDB), no total de R$ 8.893.000,00 (oito milhões, oitocentos e noventa e três mil reais), causou prejuízo de R$ 6.861.705,73 aos cofres públicos, tendo em vista os pagamentos indevidos à contratada por serviços não executados.
A auditoria refere-se ao convênio visando a “modernização da gestão para implementação de ações de regulação”, adotando o sistema “Gisa”. Segundo auditoria da CGU, este prejuízo pode chegar à totalidade, R$ 8,8 milhões, em virtude do risco de paralisação do sistema de gestão dos serviços municipais de saúde implantado.
Rastros deixados em viagens internacionais implicam o ex-secretário municipal de Saúde e atualmente deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM), em improbidade administrativa e tráfico de influência. As passagens foram pagas por empresas ligadas ao escândalo do GISA, que pode ter causado rombo de R$ 6,8 milhões à Prefeitura de Campo Grande na gestão de Nelsinho Trad (PMDB).
Fonte: midiamax
Por:Wendell Reis e Juliene Katayama
Foto: Diogo Gonçalves