Campo Grande (MS), Sexta-feira, 09 de Maio de 2025

Aquidauana, MS: Cheias do rio que, em 1920, levou de barco convidados à Igreja Matriz

16/01/2016

08:20

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Cheia atingiu cidades irm�s de Aquidauana e Anast�cio nesta semana. (Foto: Fernando Antunes)

Enchente de rio, como a registrada nesta semana em Aquidauana, n�o s�o raridades do curso d��gua que separa as cidades irm�s Aquidauana e Anast�cio, distantes 135 quil�metros de Campo Grande. H� quem relatos de que, antes mesmo da d�cada de 1960, essas �guas chegaram a ultrapassar 10 metros de altura.

Por volta dos 7 anos de idade, Marianna Helena Assump��o Alves Corr�a, hoje com 74 anos, levou uma bronca da m�e porque resolveu brincar no rio dentro do pr�prio quintal de casa, local onde funciona, hoje, a C�mara de Vereadores de Aquidauana.

Enchente de rio, como a registrada nesta semana em Aquidauana, n�o s�o raridade na regi�o. (Foto: Fernando Antunes)

Lembran�a 

�Nunca esqueci da li��o que levei. O rio havia subido muito e mam�e ficou enfurecida porque nos pegou brincando nas �guas, que entram no terreno de casa�, conta, saudosa, Marianna.

Andando pela cidade e conversando com moradores da regi�o, a equipe do Campo Grande News ouviu muito a frase de que: "cheia � coisa que de tr�s em tr�s, quatro em quatro anos, pode esperar que ocorre."

Evandro Alves Corr�a, de 80 anos, marido de Marianna h� 53, lembra que no passado n�o existiam abrigos para moradores e que toda ajuda era oferecida e executada por vizinhos, familiares e amigos. �Quem tinha barco, quem tinha caminhonete, ajudava quem tinha a casa alagada�, se recorda.

Em 1990, cheia maior do que a registrada nesta semana, quase engoliu a Ponte Velha Rold�o de Oliveira e a �gua chegou at� o terreno da casa dele, que fica na rua Marechal Mallet, distante cerca de uma quadra do Parque Pirizal, �rea �s margens do Rio Aquidauana.

Danos 

Neto de Estev�o Alves Corr�a, um dos fundadores do munic�pio, Evandro viu em mar�o de 2011 outra grande enchente assustar a popula��o, quando mais de 600 pessoas foram desabrigadas. Nessa ocasi�o, inclusive, o ent�o ministro da Integra��o Nacional, Fernando Bezerra, sobrevoou �reas atingidas para avaliar os danos causados pelas chuvas.

Para historiador muito mais do que enchentes, o Rio Aquidauana foi respons�vel pelo desenvolvimento da regi�o. (Foto: Fernando Antunes)

Bem antes disso, por volta de em 1920, outra cheia hist�rica atingiu a regi�o. Marianna relata que a m�e dela contava a hist�ria de um casamento, na Igreja Cat�lica Matriz da cidade, onde s� foi poss�vel chegar de barco devido � quantidade de �gua que havia transbordado a calha do rio.

�Minha m�e herdou da m�e dela uma casa ali ao lado da igreja, onde ela foi morar. Um dia, l� por volta de 1920, minha m�e era bem jovem e lembra que, para ir ao casamento de uma parenta dela, chamada Aracilda, precisou ir de canoa at� � igreja. Ent�o, enchente � coisa antiga�, conclui.

Import�ncia  

Para o historiador Carlos Martins, professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Aquidauana, muito mais do que enchentes, o rio foi respons�vel pelo desenvolvimento da regi�o.

�Na verdade, o Aquidauana n�o � o problema porque os alagamentos s�o resultado de ocupa��es irregulares�, antecipa. �Na verdade, ele teve import�ncia para a origem da cidade e para o tr�nsito de mercadorias�, afirma.

Em 2011, Ex�rcito construiu ponte provis�ria para permitia passagem de pedestres. (Foto: Reprodu��o)

Hist�ria 

�No passado, em Anast�cio, na regi�o do porto geral, existiam casas comerciais que recebiam mercadorias que chegavam apenas pelo rio, por embarca��es, vindas de Corumb� pelo Paraguai, em seguida passando pelo Miranda e, finalmente, chegando em Aquidauana�, detalha o professor.

Segundo ele, o rio acabou desempenhando papel de liga��o da mercadoria como entreposto de Corumb�, para Montevid�u, no Uruguai, e Assun��o, no Paraguai. Al�m disso, foi uma cidade estrat�gica para a defesa da fronteira brasileira, j� que Corumb� ficava perto demais da Bol�via. "Inclusive, guarni��es do Ex�rcito do 9� Batalh�o de Engenharia de Combate, que existe t� hoje na cidade, participaram da 2� Guerra Mundial. Portanto, o rio n�o � um problema, ele j� foi solu��o�, finaliza.

"cheia � coisa que de tr�s em tr�s, quatro em quatro anos, pode esperar que ocorre." (Foto: Fernando Antunes)




Fonte: campograndenews
Por: Liana Feitosa
Link original: http://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/cheias-do-rio-que-em-1920-levou-de-barco-convidados-a-igreja-matriz


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