Campo Grande (MS), Terça-feira, 18 de Novembro de 2025

SAÚDE PÚBLICA

Resistência antimicrobiana cresce e preocupa autoridades de saúde

Estimativas apontam que o problema mata mais de 34 mil pessoas por ano no Brasil; vacinação e uso correto de antibióticos são estratégias essenciais.

18/11/2025

16:00

REDAÇÃO

Vacinação e uso correto de antibióticos são medidas fundamentais no combate à resistência antimicrobiana, segundo especialistas. @Freepik

A resistência antimicrobiana capacidade de microrganismos resistirem ao tratamento medicamentoso, especialmente antibióticos já é considerada uma das principais ameaças à saúde pública global. Um estudo publicado na revista The Lancet, em 2024, apontou que 1,14 milhão de mortes em 2021 foram diretamente associadas à resistência a antimicrobianos. No Brasil, estima-se que cerca de 34 mil óbitos anuais estejam relacionados ao problema.

O tema ganha atenção com a proximidade da Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência a Antimicrobianos, que ocorre de 18 a 24 de novembro. A data busca incentivar o uso racional de medicamentos e medidas preventivas, como a vacinação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), programas de imunização adequados poderiam reduzir em até 22% o uso global de antibióticos.

Vacinas contra Streptococcus pneumoniae e influenza são exemplos de medidas preventivas eficazes. A imunização contra pneumococo poderia evitar o consumo de cerca de 33 milhões de doses de antibióticos por ano, prevenindo doenças como pneumonia, meningite e otite. Já a vacina contra influenza reduz infecções virais e, consequentemente, diminui prescrições inadequadas de antibióticos para complicações bacterianas secundárias.

Uso incorreto de antibióticos

O uso inadequado de antibióticos automedicação, interrupção precoce do tratamento ou prescrição para infecções virais favorece a sobrevivência de bactérias resistentes. “Quando o medicamento é utilizado de forma incompleta ou desnecessária, apenas as bactérias sensíveis morrem, enquanto as resistentes sobrevivem e se multiplicam, tornando futuras infecções mais difíceis de tratar”, alerta o infectologista Marcelo Cordeiro, consultor médico do Sabin Diagnóstico e Saúde.

A disseminação de cepas resistentes impacta todo o sistema de saúde, inclusive procedimentos como cirurgias ou quimioterapias, que dependem de antibióticos eficazes.

Prevenção e conscientização

Campanhas como a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência a Antimicrobianos são oportunidades para reforçar informações essenciais à população. Manter o calendário vacinal em dia, incluindo vacinas contra influenza, pneumococo, coqueluche e meningite, reduz internações e o uso hospitalar de antimicrobianos.

Além disso, hábitos simples lavar as mãos, manter alimentação equilibrada, praticar atividades físicas e evitar automedicação contribuem diretamente para conter o avanço da resistência bacteriana.

 


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