CAPITAL / FUNDO DE MOBILIDADE
Fundo de Mobilidade Urbana de Campo Grande depende de ação do Executivo para sair do papel
Projeto criado para garantir recursos ao transporte coletivo enfrenta impasse após licitação do parquímetro fracassar
17/11/2025
08:45
REDAÇÃO
Presidente da Câmara, Epaminondas Neto, diz que nova proposta da prefeitura pode destravar o fundo @DIVULGAÇÃO
A implementação do Fundo de Mobilidade Urbana de Campo Grande, pensado como uma ferramenta de garantia para o Consórcio Guaicurus, está atualmente em análise na procuradoria da Câmara Municipal. No entanto, a viabilidade do fundo depende de ações concretas do Executivo, principalmente relacionadas às fontes de arrecadação.
Uma das principais receitas previstas, a concessão do estacionamento rotativo, ainda não avançou. A licitação anterior fracassou, segundo o presidente da Câmara, Epaminondas Neto (PSDB), conhecido como Papy, porque a proposta de exploração comercial ficou aquém do esperado pelo mercado. “Deu deserto a licitação. Ninguém quis a concessão do Parquímetro”, explicou.
Papy afirma que uma nova proposta mais arrojada da prefeitura poderia atrair empresas interessadas e possibilitar a aprovação do fundo ainda neste ano. Recentemente, um decreto publicado no Diogrande regulamentou a concessão do Sistema de Estacionamento Rotativo via outorga onerosa, o que pode destravar o projeto independentemente da forma adotada.
O projeto do fundo de mobilidade urbana tem como objetivo central garantir recursos para investimentos no transporte público. Na prática, segundo o presidente da Câmara, a medida também assegura que os valores repassados ao Consórcio Guaicurus cheguem de forma direta e sem atrasos, podendo ser captados “fundo a fundo” junto ao Estado ou Governo Federal.
Um ponto crítico continua sendo a definição das fontes de arrecadação. O projeto inicial previa parte da receita do parquímetro, mas, com a concessão ainda indefinida, alternativas como multas de trânsito, multas ambientais, COSIP ou contribuição de melhoria foram sugeridas pelo parlamentar.
O impasse pelo fundo ganhou urgência após a paralisação de motoristas do transporte coletivo, que está sendo investigada sob suspeita de locaute, em um possível conluio entre o Consórcio Guaicurus e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU). Segundo a investigação, a suspensão do vale salarial teria sido usada para pressionar repasses de verbas públicas ao consórcio.
Papy reforça que a definição das fontes de receita é de responsabilidade exclusiva do Executivo, e que a Câmara não pode incluí-las na lei do fundo. “Eu também não posso caracterizar na lei, porque isso é atribuição do Executivo”, afirmou. O futuro do Fundo de Mobilidade Urbana depende agora da capacidade da prefeitura de apresentar soluções concretas e atrativas para viabilizar sua arrecadação.
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