RECURSOS PARA A SAÚDE
Santa Casa de Campo Grande receberá mais de R$ 54 milhões em 2026 para enfrentar crise financeira
Anúncio foi feito pela prefeita Adriane Lopes após acordo entre município, Estado, hospital e Ministério Público
30/12/2025
08:00
REDAÇÃO
Santa Casa de Campo Grande deve receber mais de R$ 54 milhões em 2026 para enfrentar crise financeira e garantir atendimento à população. (Foto: Divulgação/ABCG)
A Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande vai receber ao menos R$ 54 milhões em 2026 como medida para amenizar a grave crise financeira enfrentada pelo hospital nos últimos meses. O anúncio foi feito no fim da noite desta segunda-feira (29) pela prefeita Adriane Lopes (PP), por meio de publicação nas redes sociais.
Segundo a prefeita, apesar de a gestão da Santa Casa não ser responsabilidade direta do município, a situação crítica da unidade e os impactos das paralisações de médicos e funcionários exigiram uma intervenção emergencial. Ela afirmou que o repasse de novos recursos busca minimizar os prejuízos à população da Capital, diretamente afetada pela instabilidade no atendimento.
A partir de 2026, o hospital passará a receber mais de R$ 54 milhões em repasses que somam recursos da Prefeitura de Campo Grande, do Governo do Estado e de emendas parlamentares da bancada de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional. O acordo foi firmado após reunião realizada nesta segunda-feira entre representantes do Estado, do município, da Santa Casa e do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
A crise financeira da instituição ganhou destaque nas últimas semanas após o atraso no pagamento do 13º salário, o que levou enfermeiros e servidores do setor administrativo a deflagrarem greve. Médicos e outros profissionais de serviços essenciais também passaram a reivindicar melhores condições de trabalho, diante da falta de insumos e medicamentos.
Inicialmente, os trabalhadores rejeitaram a proposta da Santa Casa de parcelar o 13º salário em três vezes, entre janeiro e março de 2026. No entanto, na terça-feira (23), os enfermeiros aceitaram um acordo que encerrou a paralisação. Pelo cronograma definido, 50% do décimo terceiro foi pago em 24 de dezembro, e o restante está previsto para 10 de janeiro de 2026.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul emitiu nota alertando para o risco iminente de desassistência na Santa Casa, diante da escassez de profissionais, medicamentos e insumos. O documento foi encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde, à Vigilância Sanitária, ao Ministério Público e ao Jurídico do Estado.
Já o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul defende que a Justiça do Trabalho autorize a penhora de bens e valores da Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande e, de forma subsidiária, do patrimônio dos integrantes da diretoria, como forma de garantir o pagamento do 13º salário dos médicos. Segundo o órgão, a instituição é reincidente no descumprimento de obrigações trabalhistas e responde a pelo menos seis ações civis públicas relacionadas a salários, férias, 13º e FGTS.
O MPT-MS reforça que os riscos da atividade econômica devem ser suportados pelo empregador e não podem ser transferidos aos trabalhadores, enquanto o novo aporte de recursos é visto como um passo importante para tentar restabelecer o funcionamento do maior hospital filantrópico do Estado.
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