Campo Grande (MS), Quarta-feira, 24 de Setembro de 2025

DIREITOS DAS MULHERES INDÍGENAS

Deputada Gleice Jane media roda de conversa sobre violência doméstica com estudantes indígenas da UFGD

Encontro realizado na FAIND reforça apoio institucional e político às mulheres indígenas em situação de vulnerabilidade

24/09/2025

13:10

REDAÇÃO

A deputada estadual Gleice Jane (PT) participou nesta terça-feira (23) de uma roda de conversa com estudantes indígenas do sexo feminino, do curso Teko Arandu da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND/UFGD), para debater o tema da violência doméstica. O encontro, realizado na sede da universidade em Dourados, atendeu a uma demanda apresentada por professoras, coordenadoras de curso e pelas próprias alunas, que relataram vivências recentes e recorrentes de violência.

Durante a atividade, a parlamentar atuou como mediadora do diálogo, promovendo um ambiente acolhedor e de escuta ativa. “A iniciativa fortalece o debate pautado na experiência que temos na militância e, mais ainda, no compromisso com a defesa das mulheres, em especial das mulheres indígenas que enfrentam barreiras específicas dentro e fora da universidade”, afirmou a deputada.

Relatos crescentes de violência

Segundo a coordenação da FAIND, houve aumento expressivo nas denúncias e relatos de violência doméstica envolvendo alunas indígenas da graduação e da pós-graduação. As formas de violência incluem desde pressões psicológicas, restrições à continuidade dos estudos, desestímulo acadêmico, falta de apoio familiar, até agressões físicas graves.

Os episódios tendem a se intensificar em momentos-chave do percurso acadêmico, como defesas de TCCs, formaturas ou entrega de dissertações, quando as estudantes conquistam maior visibilidade e autonomia — o que, segundo os relatos, provoca reações negativas por parte de alguns parceiros ou familiares.

Modelo de alternância e vulnerabilidade

Outro ponto sensível abordado na roda de conversa foi o modelo de alternância adotado pela FAIND, em que as estudantes permanecem por cerca de 15 dias em alojamentos da UFGD durante as etapas presenciais do curso. De acordo com a direção da faculdade, esse formato tem sido um gatilho para situações de violência ou desconfiança por parte de maridos e companheiros, gerando tensão e até abandono dos estudos.

Apoio e encaminhamentos

A presença da deputada reforça o compromisso institucional e político com a proteção das mulheres indígenas, além de abrir caminho para encaminhamentos futuros junto a órgãos de direitos humanos, Ministério Público, Defensoria Pública e redes de apoio psicossocial.

A FAIND e a UFGD também devem elaborar medidas de apoio específicas, como ações de acolhimento, escuta qualificada, orientação jurídica e canais seguros de denúncia para garantir que as estudantes possam permanecer e concluir seus estudos com dignidade e segurança.

 


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal Correio MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: