LUTO
Morre Preta Gil aos 50 anos, nos EUA, vítima de câncer
Cantora, atriz e empresária, Preta Gil foi símbolo de liberdade, diversidade e coragem; ela estava em tratamento experimental em Nova York
21/07/2025
07:00
REDAÇÃO
Preta Gil morre aos 50 anos e deixa legado de arte, ativismo e afeto; corpo será trazido ao Brasil para cerimônia de despedida @REPRODUÇÃO
A cantora e empresária Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, em Nova York (EUA), onde fazia tratamento experimental contra um câncer no intestino. A informação foi confirmada por familiares e amigos próximos. Preta lutava contra a doença desde janeiro de 2023, e após período de remissão, a enfermidade retornou em 2024, afetando outras partes do corpo.
Filha de Gilberto Gil com Sandra Gadelha e afilhada de Gal Costa, Preta se destacou como uma das artistas mais plurais de sua geração, marcada por ousadia estética, ativismo social e militância em defesa da diversidade, dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão.
Trajetória musical e audiovisual
Preta Gil começou sua carreira no mercado publicitário e, aos 29 anos, lançou seu primeiro álbum, "Prêt-à-Porter" (2003), com a marcante faixa “Sinais de Fogo”, composição de Ana Carolina. A capa do disco — em que aparecia nua — causou polêmica na época, e Preta se tornou símbolo da luta contra o conservadorismo e a gordofobia.
Outros marcos de sua carreira incluem:
Álbum “Preta” (2005) – com faixas como “Muito Perigoso”
Turnê “Noite Preta” (2010) – circulou pelo Brasil por sete anos
Show “Baile da Preta” – mistura de MPB, funk, forró e samba
DVD “Bloco da Preta” – com Ivete Sangalo, Anitta, Lulu Santos e Thiaguinho
Álbum “Todas as Cores” (2017) – com Pabllo Vittar, Marília Mendonça e Gal Costa
Além da música, Preta atuou em novelas, séries e programas de TV, como “Ó Paí, Ó”, “As Cariocas”, “Vai que Cola”, e apresentou o programa “Vai e Vem”, com entrevistas sobre sexualidade.
Carnaval, negócios e ativismo
Preta Gil foi uma das figuras mais marcantes do carnaval carioca, ao criar o icônico "Bloco da Preta", que em 2017 reuniu mais de 500 mil foliões no centro do Rio.
Ela também se destacou como empresária ao fundar a Mynd, uma das maiores agências de marketing de influência do Brasil, representando artistas como Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Camilla de Lucas.
Defensora de pautas como corpos fora do padrão, igualdade racial, liberdade sexual e empoderamento feminino, Preta se tornou referência de coragem e autenticidade.
Família e vida pessoal
Preta Gil era mãe de Francisco Gil, fruto do relacionamento com o ator Otávio Müller. Era avó de Sol de Maria, sua única neta. Teve ainda casamentos com Carlos Henrique Lima (2009–2013) e com o personal Rodrigo Godoy, com quem se separou durante o tratamento contra o câncer.
Irmã de Bela Gil, Pedro Gil, José Gil, entre outros filhos de Gilberto Gil, Preta sempre destacou o papel da família, da música e da ancestralidade em sua trajetória.
Em 2021, lançou a canção “Meu Xodó” com o filho Francisco e, segundo ela, foi essencial para reencontrar sua voz: “Se não fosse o Fran, talvez eu tivesse perdido minha voz mesmo.”
Preta Gil estava em Nova York desde maio de 2024 e realizava tratamento experimental. O corpo será trazido ao Brasil, mas ainda não há informações confirmadas sobre o velório ou cerimônia pública. A Prefeitura do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias.
Homenagens
Artistas, autoridades e fãs se manifestaram nas redes sociais após a confirmação da morte:
Bela Gil, irmã: “Minha maior grande perda. Minha eterna inspiração e alegria.”
Carolina Dieckmann, amiga próxima: “Estar com você nesses últimos dias foi o maior presente do mundo.”
Luciano Huck, apresentador: “Fomos amigos com A maiúsculo por mais de 25 anos. Preta foi a Preta até o fim.”
Zezé Motta, atriz: “Uma lição de força diante da dor. Preta, eu te amo e o Brasil também.”
Presidente Lula: “Talentosa e batalhadora, espalhava alegria mesmo nos momentos mais difíceis.”
Ministra Margareth Menezes: “Uma das artistas mais autênticas e amadas do Brasil.”
Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial: “Preta Gil foi e sempre será potência.”
Eduardo Paes, prefeito do Rio: “Espalhava alegria e amizade por onde passava. Triste demais vê-la partir.”
Preta Gil deixa uma trajetória de arte, afeto e luta. Um símbolo da pluralidade brasileira, da resistência feminina e da coragem de ser quem se é. Seu legado continua vivo nos palcos, nas ruas e nos corações de milhões de brasileiros.
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