SAÚDE/PESQUISA
Bactérias da boca e intestino podem sinalizar declínio cognitivo em pacientes com Parkinson, aponta estudo
Pesquisa do King’s College London sugere que alterações no microbioma podem antecipar sintomas de demência
12/06/2025
08:35
REDAÇÃO
Estudo britânico associa desequilíbrios no microbioma bucal e intestinal ao avanço de sintomas cognitivos em pacientes com Parkinson @Getty Images
Um novo estudo conduzido por pesquisadores do King’s College London trouxe evidências de que mudanças nas bactérias da boca e do intestino estão associadas ao declínio cognitivo em pessoas com doença de Parkinson. A descoberta pode representar um avanço importante na identificação precoce de sinais que antecedem a demência.
Publicada em 27 de maio de 2025 na revista científica Gut Microbes, a pesquisa analisou amostras de saliva e fezes de 228 participantes, entre eles pacientes com Parkinson em diferentes estágios da doença e indivíduos saudáveis, sem diagnóstico neurológico.
O que diz a pesquisa
Os cientistas identificaram alterações distintas no microbioma oral e intestinal entre os grupos analisados. Segundo os dados, quanto maior a presença de certas bactérias nocivas, mais avançado o estado de comprometimento cognitivo dos participantes com Parkinson.
Entre as principais observações:
Pessoas com sinais iniciais de demência apresentavam um aumento de bactérias prejudiciais no intestino.
Muitas dessas bactérias teriam origem na cavidade oral, o que sugere uma possível migração do microbioma da boca para o trato digestivo.
As mudanças nas comunidades bacterianas podem ocorrer antes dos sintomas clínicos evidentes.
Essas descobertas reforçam a ideia de que o intestino e a boca estão diretamente ligados ao cérebro por meio do chamado eixo intestino-cérebro, influenciando diretamente processos neurológicos.
De acordo com os autores, o estudo abre caminho para que testes envolvendo o microbioma possam, futuramente, ser utilizados como ferramentas para detecção precoce do declínio cognitivo em pacientes com Parkinson — especialmente em estágios ainda sem sintomas evidentes de demência.
Além disso, terapias que envolvem a modulação do microbioma intestinal, como o uso de prebióticos, probióticos e mudanças na alimentação, podem vir a integrar estratégias de tratamento.
O que dizem os cientistas
"Essas descobertas sugerem que alterações nas bactérias da boca e do intestino podem não apenas estar associadas à progressão da doença, mas também preceder o declínio cognitivo. Isso pode ser uma oportunidade para intervenção precoce", afirmaram os autores do estudo.
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