O município de Sonora, localizado a cerca de 363 quilômetros de Campo Grande, comemora nesta terça-feira (3) seus 37 anos de emancipação político-administrativa. Criada pela Lei nº 828 de 1988, a cidade fazia parte da comarca de Pedro Gomes até o início do ano seguinte, quando se tornou oficialmente independente.

Para marcar a data, a Prefeitura organiza o tradicional desfile cívico, com início às 15h, reunindo escolas, entidades locais e autoridades em uma celebração à história e ao desenvolvimento da cidade.

De fazenda no cerrado a polo agroindustrial

A história de Sonora começou a se desenhar nos anos 1960, quando o ex-militar Maurício Coutinho Dutra chegou à região em busca de anonimato, após se afastar da política em meio à crise de 1964. Próximo ao Rio Correntes, Dutra adquiriu grandes extensões de terra e, mais tarde, cedeu cerca de 10 mil hectares ao sobrinho, o coronel Raul Kelvin Thuin.

Em 1975, com o apoio técnico da empresa Planec e do engenheiro suíço Beat Rolf Stucki, Thuin iniciou os estudos para instalação de uma usina de álcool, alinhada ao então Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), lançado pelo governo federal em resposta à crise do petróleo.

Assim surgiu, em 1977, a Usina Aquarius, considerada a primeira projetada para o cerrado brasileiro. A produção teve início em 1978 e, em pouco tempo, a região abrigava centenas de trabalhadores, formando um núcleo urbano improvisado, mas economicamente ativo.

De núcleo industrial a cidade emancipada

Apesar da relevância do projeto, a usina passou por problemas de gestão e, em 1983, foi adquirida pelo Grupo Giobbi, em parceria com a Cigla, subsidiária da Fiat. A unidade passou a se chamar Companhia Agrícola Sonora Estância, impulsionando a chegada de novos trabalhadores e famílias de diferentes partes do país.

Esse crescimento acelerado consolidou o núcleo urbano, que foi transformado em distrito em 1985 e, finalmente, em município em 1988. O nome Sonora foi escolhido por Maurício Coutinho, inspirado em filmes de faroeste em que a cidade mexicana de mesmo nome era frequentemente mencionada.

Atualmente, além da agroindústria, Sonora se destaca como ponto estratégico logístico e turístico, especialmente por sua localização ao longo da BR-163, que liga Campo Grande a Cuiabá (MT). A cidade também investe em turismo de eventos, aproveitando sua estrutura urbana e o engajamento da população em celebrações culturais e cívicas.

Aos 37 anos, Sonora mantém viva sua vocação para o desenvolvimento, unindo a força do campo ao dinamismo urbano.

Vista aérea de Sonora, cidade do norte de Mato Grosso do Sul que completa 37 anos de emancipação nesta terça-feira (Foto: Divulgação)