SAÚDE/PESQUISA
Estudo da PUCPR confirma que álcool na gravidez compromete neurodesenvolvimento fetal
Pesquisa revela que etanol altera estrutura genética e formação de redes neurais, aumentando risco de Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal, frequentemente confundido com autismo
04/06/2025
12:35
REDAÇÃO
© Imagens/TV Brasil
Pesquisadores do Laboratório de Bioinformática e Neurogenética (LaBiN) da PUCPR confirmaram, por meio de um novo estudo, que o consumo de álcool durante a gestação prejudica o neurodesenvolvimento do feto. O trabalho, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), mostra que a exposição ao etanol (EtOH) pode provocar o Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal (TEAF) — condição caracterizada por deficiências físicas, cognitivas e comportamentais que, em muitos casos, se confundem com o autismo.
Segundo o coordenador do LaBiN, Roberto Hirochi Herai, o estudo aponta que o EtOH compromete a organização da cromatina — estrutura responsável por compactar o DNA — e interfere na formação de redes neurais funcionais no cérebro em desenvolvimento.
“Os efeitos do álcool na gravidez são bem documentados, mas ainda há muita confusão diagnóstica, especialmente porque o TEAF pode se apresentar com sinais semelhantes ao autismo, principalmente em crianças pequenas”, alerta Herai.
Incidência desconhecida no Brasil
Embora nos Estados Unidos a estimativa seja de que 1 em cada 20 nascimentos seja afetado pelo TEAF, não há dados oficiais no Brasil sobre a prevalência da síndrome, que muitas vezes permanece subdiagnosticada.
De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), entre 2010 e 2023 o percentual de mulheres que consomem álcool em excesso subiu de 10,5% para 15,2%. O índice entre os homens se manteve estável (27% para 27,3%), mas o crescimento geral da população foi de 18,1% para 20,8%.
“No caso das gestantes, os riscos são ainda mais preocupantes, pois não existe quantidade segura de álcool comprovada durante a gravidez”, enfatizam os pesquisadores.
Para o pesquisador Bruno Guerra, coautor do estudo, o avanço científico está em decifrar como o álcool afeta o córtex cerebral fetal humano no nível molecular.
“Entender essas alterações genéticas e celulares pode contribuir para o desenvolvimento de terapias específicas para o TEAF e reforçar a importância de políticas públicas de prevenção”, afirma Guerra.
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