A partir desta quarta-feira (21), o Brasil poderá conhecer novas revelações sobre uma das rotas mais antigas e enigmáticas do continente sul-americano. A série “Caminho do Peabiru – O legado que o tempo escondeu”, produzida pelo grupo Dakila Pesquisas, será lançada oficialmente em um evento nacional, às 19h, no Buffet Ondara Master, em Campo Grande (MS).

A produção documental apresenta descobertas arqueológicas inéditas e imagens exclusivas da rota ancestral conhecida como Caminho de Peabiru, uma trilha milenar que, segundo registros históricos, ligava o litoral brasileiro às cordilheiras dos Andes, cruzando Brasil, Paraguai, Bolívia e Peru.

Equipe da Dakila Pesquisas durante expedição na região de Garuva (SC), um dos pontos-chave da série documental.

Com gravações feitas em locais remotos e uso de tecnologias de ponta, como LiDAR e drones, a série revela vestígios de civilizações antigas, geoglifos, artefatos históricos e estruturas que apontam para uma presença humana avançada no território muito antes da chegada dos colonizadores europeus.

“Essa trilha não é só parte da história do Brasil. É uma conexão continental. O Peabiru pode impulsionar o turismo sustentável, gerar conhecimento e fortalecer a identidade cultural de diversas comunidades”, afirma Urandir Fernandes de Oliveira, CEO do Ecossistema Dakila.

Uma jornada entre ciência e história

A primeira temporada conta com quatro episódios, filmados ao longo de expedições em regiões como Campos do Quiriri e Garuva (SC), em áreas de difícil acesso. As expedições evitaram escavações e impactos ambientais, apostando em mapeamento digital para localizar formações enterradas ou encobertas pela vegetação.

A série mistura arqueologia, ciência, tecnologia e cultura ancestral, com o objetivo de dar visibilidade a um patrimônio quase esquecido e de questionar paradigmas sobre a ocupação pré-colonial das Américas.

Caminho ancestral pode ganhar novas trilhas

Estimado entre 3 mil e 12 mil anos de existência, o Caminho de Peabiru é citado em relatos de jesuítas, cronistas e viajantes desde o período colonial. Além do Brasil, há registros que associam a trilha a ligações com o Líbano, Turquia e até rotas marítimas da Antiguidade, alimentando teorias que desafiam a narrativa tradicional.

Expedições em regiões remotas revelam vestígios arqueológicos ao longo do trajeto milenar do Peabiru.

Hoje, trechos preservados ainda podem ser encontrados em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro e na Amazônia.

Novas temporadas e incentivo ao turismo cultural

Com sede em Corguinho (MS), a Dakila Pesquisas já trabalha na produção de novos episódios, com foco em regiões do Mato Grosso do Sul. A instituição também busca apoio de governos e entidades culturais para transformar o Peabiru em um roteiro turístico histórico e científico, promovendo o desenvolvimento regional.

“Preservar o Peabiru é resgatar um capítulo ignorado da nossa história. É também gerar oportunidades sustentáveis e educativas para o futuro”, defende Urandir.

A série será disponibilizada nas plataformas digitais da Dakila e exibida em eventos e centros culturais parceiros em todo o país.