CAMPO GRANDE
Escalonamento proposto por Adriane Lopes amplia crise entre Executivo e servidores
Mudança de última hora surpreende sindicatos e Câmara Municipal; nova proposta atinge 474 servidores e impacta R$ 90 milhões ao ano
16/04/2025
08:00
REDAÇÃO
@Divulgação
A proposta de escalonamento salarial apresentada pela prefeita Adriane Lopes (PP) gerou frustração entre os servidores municipais e provocou o adiamento da votação do projeto de reajuste salarial que estava previsto para esta terça-feira (15) na Câmara Municipal de Campo Grande.
O novo plano, que ainda depende de consenso entre o Executivo e os sindicatos, afeta 474 servidores, incluindo secretários municipais, dirigentes de autarquias e a própria vice-prefeita, com impacto estimado em R$ 90 milhões por ano para os cofres públicos.
Após 14 anos com salários congelados, categorias como auditores fiscais, professores e profissionais da saúde esperavam o cumprimento integral do reajuste previsto na Lei nº 7.006/2023, com teto de R$ 35 mil. A decisão da Prefeitura de propor o parcelamento do reajuste às vésperas da votação foi recebida com indignação.
“Havia expectativa de que Câmara e Prefeitura cumpririam o que foi acertado: o teto e o pagamento integral. Mas isso não aconteceu”, afirmou Jaqueline Tessari Brito, presidente do Sindafis, que representa os auditores fiscais de atividades urbanas.
O presidente do Sindafir, Inácio Leite, reforçou que a maioria dos servidores contemplados são concursados e não agentes políticos. “O cidadão não quer aumento para político. Mas os fiscais e auditores estão há 14 anos com o salário congelado. É uma pauta de justiça”, defendeu.
O presidente da Câmara, vereador Epaminondas Neto (Papy), reconheceu o desgaste provocado pela mudança de rumo do Executivo. Segundo ele, a proposta de escalonamento foi apresentada de última hora, após dois meses de negociações que contaram com mediação do Ministério Público.
“Foram reuniões, acordos e muito diálogo. Isso deveria ter sido tratado desde o início, com transparência”, pontuou.
A proposta da prefeita foi apresentada oficialmente no dia 14, em reunião com a presidência da Casa. No entanto, poucas horas antes da sessão do dia 15, a prefeita passou a defender o parcelamento, surpreendendo vereadores e lideranças sindicais.
O líder do Executivo na Câmara, vereador Beto Avelar (PP), afirmou que ainda há espaço para entendimento.
“Se houver acordo entre sindicatos e Prefeitura, acredito que o presidente pautará o projeto para terça-feira (22)”, disse.
Até lá, as categorias devem se reunir para avaliar a proposta. A expectativa é de que uma posição unificada dos servidores seja apresentada no início da próxima semana, destravando a tramitação do projeto de reajuste.
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