VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Tragédia em Água Clara: Feminicídio de Mirieli Santos é o quarto caso de 2025 em MS
Suspeito segue foragido após assassinato de jovem
24/02/2025
08:50
REDAÇÃO
Em 22 de fevereiro de 2025, o estado de Mato Grosso do Sul registrou o quarto feminicídio de 2025, marcando mais uma tragédia no crescente número de casos de violência contra a mulher no estado. A vítima, Mirieli Santos, de 26 anos, foi morta pelo ex-namorado, Fausto Júnior Aparecido de Oliveira, em um evento que acontecia na residência do suspeito, na cidade de Água Clara, localizada a aproximadamente 192 quilômetros de Campo Grande. O caso, que ocorreu em pleno sábado, 22, gerou comoção na comunidade e reforçou a urgência de medidas mais eficazes no combate ao feminicídio.
De acordo com informações fornecidas pela Polícia Militar, Fausto Júnior abordou Mirieli durante o evento, disparando contra a jovem. Inicialmente, ele teria levado a vítima ao hospital, mas, antes de qualquer intervenção médica, ele fugiu do local, tornando-se foragido. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul segue investigando o caso, buscando esclarecer os detalhes da motivação do crime e a dinâmica do ocorrido. O ex-namorado da vítima tem um histórico de relacionamento com Mirieli, o que sugere um possível motivo passional, embora as investigações ainda estejam em curso.
Mirieli Santos se tornou a quarta vítima de feminicídio no estado de Mato Grosso do Sul em 2025, e todos os assassinatos registrados até o momento ocorreram no mês de fevereiro. O caso segue sendo apurado pela polícia, que já iniciou diligências para localizar o suspeito, mas ele continua foragido.
Feminicídios em Mato Grosso do Sul: Um cenário alarmante
O assassinato de Mirieli Santos aconteceu em um momento de grande repercussão e comoção, especialmente após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, brutalmente atacada pelo ex-noivo Caio Nascimento no dia 12 de fevereiro. O caso de Vanessa Ricarte trouxe à tona discussões acaloradas sobre o sistema de atendimento às mulheres vítimas de violência, especialmente após a divulgação de áudios gravados por ela momentos antes de ser morta. Nos áudios, Vanessa relatava o descaso em relação às suas denúncias contra o agressor e a sensação de impunidade que muitas vítimas de violência enfrentam ao buscar ajuda.
A morte de Vanessa, e agora a de Mirieli, coloca em evidência a necessidade urgente de reformas e ampliação das políticas públicas voltadas para a proteção das mulheres no estado. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SEJUSP), 13 feminicídios foram registrados em 2024, e este ano o estado já contabilizou quatro vítimas de feminicídios apenas em fevereiro.
Diante desse cenário alarmante, reuniões e discussões sobre a reformulação das políticas públicas de proteção às mulheres estão sendo realizadas em Mato Grosso do Sul. Diversos representantes do governo estadual, membros de organizações de direitos humanos e entidades feministas estão reunidos para propor novas estratégias de enfrentamento da violência doméstica e feminicídios no estado.
Uma das propostas discutidas é a ampliação de campanhas educativas de conscientização, além do fortalecimento da Lei Maria da Penha e a implementação de ações mais eficazes para garantir o cumprimento das medidas protetivas. Outras ações sugeridas envolvem a ampliação da rede de acolhimento às vítimas de violência, com a criação de novos centros de apoio psicológico e social, e a implementação de mais medidas de proteção, como o aumento do uso de tornozeleiras eletrônicas para agressores e maior presença policial em áreas de risco.
A morte de Mirieli Santos e o contexto de violência contra as mulheres no estado revelam uma realidade dura e alarmante, que ainda precisa de um combate mais firme e mais eficaz. O caso está sendo acompanhado de perto por diversos grupos feministas e defensores dos direitos das mulheres, que reivindicam mudanças urgentes para a criação de um ambiente mais seguro para as mulheres em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil.
A sociedade precisa se mobilizar para garantir que casos como o de Mirieli Santos e Vanessa Ricarte não se repitam. Denunciar é fundamental. O Disque 180, canal nacional de atendimento à mulher, segue sendo um importante instrumento de apoio e denúncia. A sociedade precisa unir forças para que a violência contra as mulheres seja combatida de forma efetiva, para que tragédias como estas não se repitam, e para que as mulheres possam viver sem medo, com seus direitos garantidos e protegidos.
Enquanto o suspeito de Mirieli continua foragido, as autoridades seguem na busca e na investigação, esperando que a justiça seja feita, e que mais ações sejam tomadas para enfrentar a violência de gênero em Mato Grosso do Sul.
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