Campo Grande (MS), Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025

OPERAÇÃO MALEBOLGE 

Gaeco desmantela esquema de fraudes em licitações com prisões em MS

18/02/2025

18:35

MIDIAMAX

REDAÇÃO

Na manhã desta terça-feira (18), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou a operação Malebolge, que resultou na prisão de 11 pessoas em Campo Grande, Rochedo e Água Clara, municípios do interior de Mato Grosso do Sul. A operação teve como foco um esquema de fraudes em licitações, envolvendo empresários e servidores públicos das prefeituras de Água Clara e Rochedo, ambos administrados por prefeitos do PSDB.

Lista dos presos:

Campo Grande:

  • Douglas Geleilaite Breschigliari – Empresário, dono da D&B Comércio Atacadista de Confecções.
  • Mauro Mayer da Silva – Empresário, dono da Zellitec Comércio e Serviços.
  • Izolito Amador Campagna Júnior – Empresário, dono da I.A. Campagna Junior & Cia LTDA.

Rochedo:

  • Celso Souza Marques – Pescador (também seria servidor público).
  • Luciana Mendes Carneiro – Empresária.
  • Fabrício da Silva – Empresário, dono de um Cyber Café que prestava serviços à prefeitura de Rochedo.
  • Renato Franco do Nascimento – Servidor municipal, atuava na Diretoria de Licitações.
  • Fernando Passos Fernandes – Filho do prefeito Arino Jorge (PSDB) e servidor municipal da Diretoria de Licitações.

Água Clara:

  • Denise Rodrigues Medis – Secretária de Finanças.
  • Servidoras públicas da Secretaria de Educação (nomes não divulgados).

A operação Malebolge

A operação foi deflagrada pelo Gaeco e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com o objetivo de cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão em várias cidades do estado, incluindo Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos.

Segundo as investigações, um esquema criminoso de fraude a licitações foi liderado por empresários e contou com a participação de servidores públicos, com contratos fraudulentos que somam mais de R$ 10 milhões. O foco principal das fraudes ocorreu nas áreas da educação nas prefeituras de Água Clara e Rochedo.

Como o esquema funcionava?

O modus operandi do grupo envolvia o pagamento de propinas a servidores públicos, que, em troca, atestavam a entrega de produtos e serviços que, na verdade, nunca ocorreram. Além disso, os servidores aceleravam processos administrativos e emitiam notas fiscais falsas, garantindo o pagamento rápido aos empresários.

Esse esquema foi desvendado por meio da análise de dados extraídos de celulares apreendidos durante a Operação Turn Off, que investigava fraudes no setor de saúde e educação. Na ocasião, foi identificado que o valor total das fraudes no setor de saúde e educação ultrapassava R$ 68 milhões, envolvendo empresários, servidores públicos e até um ex-secretário.

Interdição de câmara fria

Durante a operação, a Vigilância Sanitária interditou uma câmara frigorífica de uma empresa fornecedora de alimentos às prefeituras de Água Clara e Rochedo. A empresa foi autuada por irregularidades na conservação de alimentos, que estavam vencidos e impróprios para o consumo, incluindo produtos destinados à alimentação escolar.

As investigações apontaram que os empresários envolvidos nas fraudes operavam com apoio de familiares. Um exemplo é o caso de uma licitação para fornecimento de ar-condicionado para a SED (Secretaria Estadual de Educação), que foi manipulada com a participação de uma servidora da educação, direcionando os contratos para uma empresa familiar. Além disso, os dados indicam que transferências ilícitas de dinheiro foram feitas para garantir que os contratos fraudulentos fossem assinados.

A operação Malebolge desmantelou um grande esquema de corrupção, envolvendo empresários, servidores públicos e políticos. O Gaeco segue com as investigações, prometendo novos desdobramentos e identificando mais pessoas envolvidas. A luta contra a corrupção em Mato Grosso do Sul continua com o objetivo de acabar com as redes criminosas que prejudicam o desenvolvimento e o bem-estar da população.


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