Campo Grande (MS), Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2025

LUTO E INDIGNAÇÃO

Campo Grande se despede de Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio

13/02/2025

16:15

REDAÇÃO

MIDIAMAX

Velório de Vanessa é realizado na Câmara de Campo Grande (Madu Livramento, Midiamax)

A tarde de quinta-feira (13) foi marcada por uma profunda comoção e revolta no velório de Vanessa Ricarte, jornalista e servidora pública de 42 anos, que teve sua vida brutalmente ceifada pelo ex-parceiro Caio Nascimento Pereira. O velório aconteceu na Câmara de Vereadores de Campo Grande, onde amigos, familiares e colegas de profissão prestaram suas últimas homenagens.

Vanessa seria uma mulher independente, excelente profissional, bem-sucedida e querida por todos que a conheciam. Sua partida, provocada pelo feminicídio, deixou todos sem palavras, mas também gerou uma indignação coletiva. Ao longo do velório, relatos de amigos e colegas de trabalho destacaram o impacto da morte da jornalista. Renan Nucci, ex-namorado e colega, descreveu sua partida como “um soco no estômago”, lembrando a competência profissional e o carinho que sempre teve por ela.

Velório Vanessa Ricarte

Renan Nucci, ex-namorado e amigo de Vanessa (Madu Livramento, Midiamax)

Jô Castro, amiga e parceira profissional, expressou o choque pela morte de uma mulher tão dedicada à causa da proteção das mulheres e ao empoderamento feminino. “Uma surpresa muito triste saber que uma mulher que defendia tudo isso foi vítima da covardia de uma forma tão terrível”, disse Jô.

As palavras de revolta também foram ecoadas por Alessandra Izaac, amiga de longa data de Vanessa. Ela cobrou a justiça para que o responsável pelo assassinato, Caio Nascimento, vá a júri popular. Alessandra enfatizou que Vanessa não pode ser apenas mais um número nas estatísticas de feminicídios e que a negligência no caso é clara.

Velório Vanessa Ricarte

Alessandra Izaac, amiga de Vanessa (Madu Livramento, Midiamax)

O depoimento de Márcia Scherer, também jornalista e amiga de Vanessa, chamou atenção para a urgência de políticas públicas eficazes que realmente protejam as mulheres. Ela destacou que casos como o de Vanessa acontecem todos os dias em várias partes do Brasil e que, se não houver uma ação mais contundente da sociedade como um todo, outras mulheres seguirão sendo vítimas de violência.

Caio Nascimento, que foi preso em flagrante, acumulava um histórico alarmante de agressões e registros de violência doméstica, com 11 boletins de ocorrência registrados contra ele desde 2020. Mesmo com várias medidas protetivas solicitadas por vítimas anteriores, incluindo a própria Vanessa, a violência persistiu, resultando no feminicídio da jornalista.

Caio havia ameaçado Vanessa de morte um dia antes (Redes Sociais)

Este caso traz à tona a urgente necessidade de reformas nas leis de proteção à mulher e o cumprimento mais rigoroso das medidas protetivas, já que Vanessa, mesmo tendo seguido todos os passos legais para se proteger, foi brutalmente assassinada. O caso de Vanessa é o segundo feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025, mas é uma tragédia que reflete a falência de um sistema que ainda não garante a segurança de tantas mulheres.

Após o velório, o corpo de Vanessa será trasladado para Três Lagoas, onde será enterrado, deixando a cidade de Campo Grande em luto pela perda dessa mulher, que se foi tragicamente, mas cujo legado de luta e inspiração permanecerá.


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