ÔNIBUS
Reunião para solucionar crise no transporte termina sem acordo; ônibus seguem parados
Prefeita disse que paralisação desta terça-feira em Campo Grande “é um problema da empresa com os servidores (sic). Não é um problema da prefeitura”
21/06/2022
17:30
CE
EDUARDO MIRANDA, NATÁLIA OLLIVER
Prefeita Adriane Lopes, após reunião com comerciantes e representantes do Consórcio Guaicurus e motoristas de ônibus - Divulgação
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) disse que uma solução para o problema do transporte coletivo de Campo Grande será construída somente ao longo da semana, até a próxima sexta-feira (24). A reunião de emergência convocada nesta terça-feira (21), após a greve dos trabalhadores do transporte coletivo, terminou sem decisão alguma.
Enquanto isso, decisão da Justiça do Trabalho, que determina que 80% dos ônibus de Campo Grande voltem a circular, não havia sido cumprida até às 17h30min desta terça-feira (21). Não há perspectiva de retorno do transporte coletivo da Capital à normalidade até a reunião de sexta-feira.
Sobre a paralisação dos trabalhadores nesta terça-feira, que continuava ao longo da tarde desta terça-feira, mesmo após decisão da Justiça do Trabalho para que os motoristas retornassem imediatamente ao trabalho nesta terça-feira, a prefeita, chefe do Executivo, o poder concedente do transporte coletivo, deu a seguinte declaração em entrevista a jornalistas. “É um problema da empresa com os servidores (sic). Não é um problema da prefeitura”, disse Adriane Lopes.
Adriane falou à imprensa ao lado do presidente da Câmara, vereador Carlão (PSB), após duas horas e meia de reunião com vários integrantes da sociedade civil, entre eles os representantes do Consórcio Guaicurus, dos trabalhadores no transporte, vários vereadores, integrantes da agência reguladora, além de servidores da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran).
“Essa não é só uma responsabilidade da prefeitura de Campo Grande, mas é de vários segmentos. Nós estamos dividindo a responsabilidade e buscando uma solução que seja a contento. Valorizando os nossos usuários do nosso transporte coletivo”, disse Adriane Lopes.
Adriane ainda lembrou que, na reunião o Consórcio Guaicurus ponderou que o preço do diesel aumentou mais de 15% neste ano. Não disse se o aumento no valor da passagem foi discutido, mas sobre um eventual rompimento do contrato de concessão do Consórcio Guaicurus, ela disse que o tema não entrou em pauta. “Rompimento do contrato não foi discutido. É muito cedo para que podemos chegar a um patamar tão grave”, afirmou.
Ônibus parados
Enquanto a reunião ocorria, os ônibus em Campo Grande continuavam paralisados. O sistema de transporte coletivo da Capital transporta, em média, por dia, 100 mil pessoas. Todas elas precisaram se locomover por conta própria.
Os trabalhadores entraram em greve sem comunicar previamente o Consórcio Guaicurus. A “gota d’água” para a paralisação foi o atraso no adiantamento salarial da categoria, que ocorria normalmente todos os dias 20. Este pagamento não foi feito ontem.
Desde a semana passada o Consórcio Guaicurus vem avisando a prefeitura de Campo Grande que não teria dinheiro para bancar o salário de seus motoristas.
Neste ano, o concessionário já conseguiu um reajuste na passagem (de aproximadamente R$ 0,20 no bilhete), um subsídio de R$ 12 milhões bancado pelo municípío, e agora exige uma nova tarifa para equilibrar suas finanças.
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