O presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 13ª Região (CREFITO 13), defendeu no Plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira, 07 de junho, o projeto de lei de autoria do Deputado Estadual Evander Vendramini, que propõe a permanência 24 horas, de fisioterapeutas dentro das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), de hospitais públicos e privados do Estado.

De acordo com o projeto, as Unidades de Terapia Intensiva, sejam elas de hospitais, clínicas públicas, privadas ou filantrópicas, ficam obrigadas a manter em seu corpo clínico a presença de no mínimo um fisioterapeuta para cada dez leitos, nos turnos matutino, vespertino e noturno, de modo a perfazer 24 horas.

No uso da palavra, o presidente destacou a importância da aprovação do projeto para saúde pública como um todo. Nacer destacou entre outros aspectos, a diminuição do tempo de internação com reflexos positivos na recuperação do paciente, bem como na maior disponibilidade de leitos para atendimento médico.

“Represento aproximadamente quatro mil fisioterapeutas, mais de 1,5 mil estudantes de graduação, mas sobretudo a população que precisa de tratamento fisioterápico. Peço que vocês façam uma analogia em relação a percepção do tempo. Imaginem uma criança internada há 7 dias numa UTI, e que ontem no fim da tarde deu sinais de que possa sair da ventilação mecânica e coma induzido, o profissional que tem o primeiro contato com essa criança é o fisioterapeuta, ele é responsável por comandar o processo de desmame da ventilação mecânica, de extubar, de acalmar essa criança que nem entende o que está acontecendo com ela, tudo para que ela fique confortável, sem intercorrência”, relatou.

O fisioterapeuta explica que a previsão atual é que o profissional de fisioterapia permaneça na UTI por apenas 18h.

“Mesmo que essa criança tenha condições de ser extubada, ela não será. Se houvesse um profissional 24hs, ela seria extubada e poderia ir para o quarto com os familiares, tendo conforto e carinho. Como não é, o fisioterapeuta deve começar todo o processo no início do dia, e ficará até o fim da tarde para extubar. Imaginem se essa criança fosse familiar de vocês, o tempo que essa criança ficará na UTI sem necessidade não é muito maior do que o necessário”, destacou Renato Nacer.

Menor Custo e mais Benefícios

A permanência dos profissionais em tempo integral nas unidades de terapia intensiva, encontram justificativas em todos os aspectos analisados em um ambiente hospitalar, seja através do bem-estar do paciente, como também pela efetividade de um custo muito menor para o estado devido a redução do tempo de internação obtido.

“É necessário analisar os custos efetividade ao longo do tempo para que o projeto seja viabilizado, o impacto financeiro clínico social demonstra que os serviços de Fisioterapia por 24hs reduzem o tempo que permanecem na UTI, e também a pneumonia associada à ventilação mecânica e o tempo de internação, reduzindo consequentemente os custos em medicação e compras de leitos em hospitais particulares. E como há um decreto com a previsão de contratação de fisioterapeutas, é importante destacar que não onera o governo do Estado. Olhem com carinho para esse projeto. O papel dos conselhos de classe não é só coorporativo, é de proteger a população. Peço apoio e aprovação ao projeto. E que o Executivo olhe para essa causa e entenda a necessidade de aprovação desta lei”, concluiu. 

Para o autor do Projeto, é papel do legislativo assim como do executivo, trabalhar para proteção dos direitos dos cidadãos e garantia de acesso aos serviços essenciais como o da saúde.

“Já está demonstrado que efetivar a presença do profissional de fisioterapia nas unidades de tratamento intensivo, traz benefícios em todos os sentidos, tanto para o estado, mas principalmente para os pacientes que necessitam desse suporte. Acredito que teremos esse entendimento dos demais colegas da casa e em breve estaremos votando e aprovando a matéria que tão bem fará para nossa população”, destacou o deputado Evander Vendramini.